Em sua obra “A corrosão do caráter”, Richard Sennett destaca descrições importantes na narrativa que podem ser relacionadas com estruturas conjunturais verossímeis com a realidade. Tal como no trecho: “Ele temia que as medidas que precisava tomar e a maneira como tinha de viver para sobreviver na economia moderna houvessem posto sua vida emocional, interior, à deriva”. Nesse cenário, é possível relacionar com o quadro que, aos indivíduos, o mercado de capital exerce uma função predominante em suas vidas, por questões de garantir sua sobrevivência, os sujeitos são coagidos a participarem desse espaço globalmente reafirmado pelas estruturas institucionais e pela classe dominante.
Para Marx, esse contexto é descrito pelo seu estudo da dialética-histórica, posicionando a economia como seu objeto de estudo central. Exemplificado pelo trecho a seguir: [...] no plano da história universal, os indivíduos foram cada vez mais submetidos a uma força que lhes é estranha [...] e se revela, em última instância, como o mercado mundial.”. Os indivíduos sujeitos a uma força externa que se desdobra como sendo a economia capitalista de exploração do trabalho e do capital, passam a adaptar, então, suas vidas em torno desse mercado de trabalho.
Dessa maneira, pode-se perceber, a partir da perspectiva de Sennett e Marx, como o trabalho compõe uma força dominante na vida das pessoas que não controlam os meios de produção, colocando o particular dos indivíduos em segundo plano. Diante disso, como destacado na obra, na conjuntura global, os indivíduos se sujeitam a trabalhos subalternos, muitas vezes se prendendo a uma esperança rasa e sem profunda base de concretização que seu quadro social-econômico passe por uma mudança significativa. Estes, no entanto, inconscientes da estrutura econômica que se utiliza do abuso do seu trabalho como classe explorada em busca da manutenção desse mesmo sistema.
Texto para ponto extra.
Fernanda Finassi Merlini de Sousa - 1° Ano, Direito Noturno. RA: 241221404.
Nenhum comentário:
Postar um comentário