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segunda-feira, 22 de abril de 2024

A CORROSÃO DO CAFÉ E DO AÇÚCAR

    Napoleão. Europa Ocidental. Início do século XIX. O até então imperador francês impôs em seus domínios o Bloqueio Continental, política econômica que inviabilizaria o desenvolvimento mercantil da potência britânica [e que ocasionou o futuro do que conhecemos hoje como República Federativa do Brasil]. Mercadorias que previssem a sobrevivência de povos europeus vindos de outras regiões não seriam mais possíveis, por exemplo, o café e o açúcar. Tal fenômeno conduziu o território alemão, por sua vez, a tomar providências para subverter esse cenário, dialogando, assim, com os pensamentos de autores contemporâneos no estudo desse marco histórico.

    A introdução descrita previamente discorre um trecho da obra “A ideologia alemã”, de Marx e Engels, conversa com o texto “A corrosão do caráter”, de Richard Sennett, no momento em que ambas discutem a presença do capitalismo na fundação da sociedade e do mundo do trabalho. Em suma, a conduta alemã, segundo o primeiro texto, no período, foi de subversão contra Napoleão, em que a população, tomando ‘consciência de si’, age empiricamente para mudar, tomar ação de forma material, sendo, assim, capaz de comer, beber, e vestir. Dessa forma, Sennett alega que esse processo de flexibilização em um contexto capitalista é passível às mudanças também sociais, como no caso apresentado.

    Outrossim, Richard Sennett aborda como esse trabalho flexível, ao tentar romper com uma burocracia, não conseguiria superar modelos de trabalho vistos atualmente, como o fordismo. Ou seja, a flexibilização seria responsável por precarizar as relações de trabalho (conceito abordado em outros textos da teoria marxista), realidade que perdura até hoje. O indivíduo, no momento em que não está preso em uma certeza para garantir sua sobrevivência, ocasiona seu próprio processo corrosivo, se prendendo em uma verdade efêmera e dispensável, pronto para uma nova mudança.


Lucas Matsumoto

1º ano de Direito - Noturno



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