Com o avanço da tecnologia, e por consequência a popularização do acesso à internet, a sociedade vivenciou uma intensa reformulação na dinâmica das relações sociais. As novas ferramentas de comunicação, possibilitaram que o local de encontro das pessoas deixasse o mundo físico e ocupasse o espaço digital.
A pandemia do Covid acelerou o processo de digitalização das interações mediadas por ferramentas digitais, promovendo uma quase que total imersão das relações no meio virtual, fortificando a construção de uma “sociedade virtualizada”. Embora a sociedade tenha mudado seu ambiente de interação, ela trouxe consigo os seus agentes, mesmo que superficialmente remodelados.
Um dos agentes que operam as “web relações”, é o fato social, que agora além de ser fruto de construções sociais, é operacionalizado pelos algoritmos com o intuito de coagir os usuários das plataformas. Tal coação é feita através do emprego de códigos que fecham os indivíduos em determinadas bolhas sociais, com o intuito de induzir o mesmo através da ideia de que tal ato é replicado por todos a sua volta.
A indústria do marketing sabe muito bem como aplicar, calibrar e vender tal ferramenta de controle social. Replicando os métodos de coerção empregados na sociedade “analógica”, e através desses estruturando e perpetuando vários pequenos universos que proporcionam ao usuário uma ideia de protagonismo, mesmo que tais universos sejam anteriores e independentes dos seres que ali interagem.
Por fim, é notável que a aplicação dos fatos sociais remodelados para a dinâmica das redes sociais, é um fenômeno que busca submeter os seres a uma ordenação social “universal”, que é fruto do controle de engajamento feito pelos algoritmos das plataformas e também do direcionamento de conteúdo de acordo com o perfil do usuário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário