Controle social: direito punitivo no Brasil
“Cada crime uma sentença.
Cada sentença um motivo, uma história de lágrima,
sangue, vidas e glórias, abandono, miséria, ódio,
sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo.”
Diário de um Detento – Racionais MC’s
Émile
Durkheim, em sua obra “Da Divisão do Trabalho Social”, desempenha um papel
importante na compreensão do direito punitivo no mundo contemporâneo. O
sociólogo delimita a natureza da punição como uma reação passional que visa o
controle à violação das normais sociais vigentes. E, embora aparente ser direcionada
para o criminoso, a pena é uma reação coletiva a fim de reforçar a
solidariedade social entre os demais membros da sociedade e garantir a
integração social e reposição da ordem.
No
Brasil, muito se debate sobre violência e políticas de segurança pública. Entretanto,
pouco se faz de concreto para ceifar o crime. O imediatismo enraizado na
consciência social brasileira sobre políticas criminais perpetua o abismo entre
as discussões científicas sobre crimes e penas e a prática do direito criminal.
É muito comum em nosso país os casos de linchamentos e “justiça feita pelas
próprias mãos”. A letra da música “Diário de um Detento” exemplifica esse senso
de justiça quando diz “cada crime uma sentença/ cada sentença um motivo”.
O
direito criminal brasileiro reflete o pensamento da sociedade de que a cura
para os crimes se encontra nas punições. É necessária uma reestruturação do
Estado penal brasileiro com a construção de políticas criminais alternativas, destruindo
os velhos consensos e trilhando novas possibilidades de ação com menos punição
e mais educação.
Raquel Rinaldi Russo – 1º ano Direito Matutino
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