A homossexualidade, é um assunto que levanta polêmica e
suscita diversas opiniões a seu respeito. Recentemente, a mídia vem quebrando o
paradigma e colocando essa questão em debate, seja nas novelas ou em programas
de plateia, a pauta vem ganhando espaço. Pessoas cujo espectro ideológico se
encontra mais próximo ao conservadorismo, costumam argumentar, com base
religiosa, contrariamente aos LGBTs. Já os mais progressistas, tendem a
defender a liberdade desse grupo.
Independentemente de opinião, possuímos fatos científicos
que nos mostram que o relacionamento intraespecífico do mesmo sexo não é
novidade dos seres humanos. Apesar de parecer não fazer sentido, se seguirmos à
risca a Teoria Sintética da Evolução de Charles Darwin, visto que seria um “desperdício
de energia” as espécies manterem esse tipo de relação. Pesquisas recentes, seguindo
a linha de Darwin, constataram que em muitos casos, o relacionamento entre o
mesmo sexo foi a salvação para algumas espécies, como no caso em que a fêmea é
abandonada após a fecundação, ou quando um dos progenitores morre.
Essa constatação que o relacionamento entre semelhantes do
mesmo sexo também ocorre no mundo animal, arrebenta com a argumentação
religiosa que afirma a não naturalidade da homossexualidade. Outro argumento
absurdo, proliferado pelo conservadorismo senso comum, é o de que a longo
prazo, a aceitação das relações de pessoas do mesmo sexo implicaria na redução,
ou até mesmo na extinção da humanidade. Ora, com atuais 7 bilhões de seres
humanos e estimativas de atingirmos 9 bilhões em meados de 2050, muito graças
as taxas altas de crescimento populacional principalmente nos países da África,
esse dado da ONU já refuta tal afirmação.
O reconhecimento da pertinência da união homoafetiva pelo
STF, é um importante passo para a diminuição do preconceito, além do reconhecimento
de uma realidade que há tempos acontece de maneira obscura, escondida da
sociedade. Mas somente isso não solucionará a questão. A questão deve ser colocada em debates nas
escolas desde os primeiros anos de formação, para que as pessoas tenham contato
com a questão, tendo assim a escola cumprindo o papel de formação de cidadãos.
O utilizando o autor Axel Honneth, a solução se daria pelo
amor, direito e solidariedade. A primeira chega a soar utópica em tempos de
destilação de ódio gratuito. Restando-nos as duas outras, a decisão do STF é um
importante passo na garantia da dignidade dos casais. A solidariedade, que é um
valor inserido na 3º geração dos direitos humanos universais, e nada mais é do
que a capacidade de reconhecer a individualidade das pessoas e respeitar. Dado
o caráter laico do nosso Estado, tudo que é do plano religioso deve limitar-se
a ocupar espaços privados, de maneira a respeitar valores humanitários que
estão acima de crenças religiosas.
Manollo Sedano de Oliveira - 1ºAno/Noturno
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