As
reformas políticas, como seguridade social, são intituladas
sistemas
de proteção públicas que zelam pela segurança social dos cidadãos
em caso de desemprego, velhice, doença e situações de invalidez
para o trabalho. Com isso, esperava-se que tais mudanças
legislativas viessem como progresso, em benefício do trabalhador e
cidadão brasileiro. Refletindo o aumento de representatividade
pública, consciência política e justiça social.
Todavia,
analisando a conjuntura hodierna,
entre crises econômicas, políticas, desemprego e, todo o desgoverno
Temer, as reformas previdenciária e trabalhista se fazem um
gigantesco retrocesso para a história do Brasil. Um
verdadeiro desmanche dos direitos do povo, da ínfima qualidade de
vida e de toda a luta do proletariado, em
um
país já tão corrupto e elitista. Ao limitar e degradar ainda mais
as condições do cidadão brasileiro, questiona-se qual o possível
futuro
da população e quais os limites políticos
e
da
falta de escrúpulos.
Tendo
o aumento da idade mínima para 65 anos
(homens) e 62 anos
(mulheres) e o tempo de contribuição de 15 anos para 25 anos,
somado ao
novo recebimento de 70% e não mais 100% da média de contribuição,
cerca de 80% da classe trabalhadora do Brasil será excluída do
recebimento da aposentadoria.
A média de contribuição do brasileiro é de 6 meses por ano, além
disso, a expectativa de vida do cidadão periférico não passa do 55
anos de idade. Portanto, se vivo, mesmo com as dificuldades que
os dados mostram, o cidadão carente teria que trabalhar por 50 anos
para cumprir o tempo mínimo estipulado pela reforma.
Tal
situação, desconsidera as jornadas duplas e triplas amplamente
executadas, principalmente, pelas mulheres no país. Se a reforma é
degradante, é pior ainda com as mulheres, visto que a cara da classe
terceirizada e flexibilizada no país é, majoritariamente, feminina
e negra. A dificuldade é ainda maior considerando o machismo e
patriarcado que delimita
a função social da mulher. Havendo principalmente na classe rural,
a massa de pessoas do sexo feminino que são intituladas donas de
casa em seus currículos, mas que trabalham tanto quando os maridos,
e são banalizadas e automaticamente excluídas do recebimento da
aposentaria, perpetuando ainda mais a dependência e carência delas.
Considerando
esses e outros aspectos da reforma, nota-se que se executada, uma
maioria esmagadora da população morrerá sem ganhar o benefício.
Conjuntamente, é sabido que o que faz o capitalismo girar em
pequenos municípios é a contribuição previdenciária e o
recebimento do benefício para a classe necessitada. Assim, não só
haverá uma perda social, como notoriamente econômica. Aumento
dos
pagamentos
e das dificuldades para o trabalhador, em prol da defesa do Governo
Federal de um rombo de
R$ 190 bilhões.
''Vocês
que fazem parte dessa massa
Que
passa nos projetos do futuro
É
duro tanto ter que caminhar
E
dar muito mais do que receber
E
ter que demonstrar sua coragem
Á
margem do que possa parecer
E
ver que toda essa engrenagem
Já
sente a ferrugem lhe comer
Êh
ôh, vida de gado
Povo
marcado
Êh,
povo feliz!!''
A
música acima ''Admirável
Gado Novo'' do cantor e compositor Zé Ramalho, expressa liricamente
uma realidade correlata a da população do Brasil. Em meio a crises
e desmanches enrustidos de reformas, o povo brasileiro vai vivendo à
margem de ameaças que abusam da integridade do indivíduo,
deixando-os sem possibilidades, fadados as mãos dos políticos que
regem o futuro da nação.
Maria
Helena Gill Kossoski
Direito
- diurno
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