De acordo com Max Weber, o capitalismo não é sinônimo da
busca pelo lucro, ele é, na verdade, seguindo a ética protestante, o fruto do
intenso trabalho realizado pelos seguidores dessa ideologia, a qual garante que
a salvação divina está na execução do trabalho. Para isso, há uma
racionalização em diversas áreas da vida humana, como a separação entre pessoa jurídica
e os seus integrantes, visto que se um desses se utilizarem da renda da primeira
para satisfazerem seus desejos pessoais não estará tendo responsabilidade com
os demais integrantes e as suas respectivas famílias, que dependem do salário
que deveriam receber; o aperfeiçoamento científico, com a criação de diversas
tecnologias que ajudam a desempenhar melhor o trabalho, e a utilização do
direito para garantir que este trabalho não seja em vão, isto é, por meio dos
contratos, espera-se que o outro cumpra o seu dever, independentemente dos
fatos que acontecem na sua vida particular, devido à coação legal. Todas essas
formas de racionalização penetraram-se de tal forma nesses indivíduos que
chegaram ao espaço doméstico. Assim, eles passaram a organizar o tempo e
constatar o que pode ser feito de produtivo no seu momento de ociosidade e,
como consequência, passaram a, si próprios, realizar tarefas domésticas, por
exemplo, que outras pessoas contratariam indivíduos específicos para
efetuá-las. Com esse objetivo, então, também houve uma melhora nos apetrechos
usados dentro de casa.
Entretanto, se realmente fossem seguir à risca a política do
“fazer eu mesmo”, teriam que começar do zero. Isto é, para se alimentar,
deveriam desde plantar o próprio alimento e o dos animais que viriam a ser o
seu alimento a construir sozinhos a sua moradia, porém, fabricando o próprio
tijolo, tinta e piso. Resumindo: tudo.
Os dispositivos que os ajudam a realizar por si sós algumas
tarefas, então, foram produzidos por outras pessoas. Com o avanço tecnológico,
futuramente, muitas tarefas deixarão de ser realizas por outras pessoas para
todos, o que pode ser notado com a extinção dos acendedores de postes e das
telefonistas, por exemplo. Estariam, portanto, realmente dominando o mundo?
Bruna Benzi Bertolletti - 1º ano direito diurno
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