Durkheim
define o fato social como maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao
indivíduo, dotadas de um poder imperativo e coercitivo, que se apresentam de
forma diferente dos fenômenos orgânicos e psíquicos.
A
coercitividade gerada por tal fenômeno age sobre o indivíduo a partir da consciência
pública, ao exercer uma vigilância sobre sua conduta perante a sociedade, e
pela repressão de todo ato que a ofenda. Ainda que a maioria dos atos e tendências de
um ser não se originem na sua essência, mas de um ensinamento realizado para
que ele se adeque aos padrões esperados.
A
educação é uma das principais formas de coercitividade, possui a capacidade de
impor ao indivíduo, desde a sua infância um dever ser que não lhe é natural,
moldando e ajustando-o à forma idealizada e aceita pelos demais. Ela é um esforço
contínuo para manter os seres dentro dos moldes esperados e do “permitido”. Tal
característica sai do século XIX, período no qual Durkheim escreve a obra, e se
faz presente nos dias atuais, em que a educação, que deveria se mostrar
libertadora, é uma das principais amarras do indivíduo.
O
instrumento que deveria direcionar o ser a um pensamento crítico, faz com que
este siga o pensamento das massas e evite fugir das normas, deixando de
questionar e de se impor pela possibilidade de não mais pertencer ao coletivo,
e fazendo-o acreditar que a resistência às regras não o libertará.
Camilla Bento Lopes - Direito Noturno
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