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sexta-feira, 16 de maio de 2014

UMA CONQUISTA PARCIAL


Utilizo essa postagem para fazer primeiramente uma colocação pessoal, a qual digo ser relevante, então, por favor, não dê por finda a leitura se procura impessoalidade. Na vez em que tive contato com Durkheim indignei-me com o fato de que não deve ser considerado o individuo, já que os fatos sociais são a ele exteriores, gerais e coercitivos, o que torna toda e qualquer ação individual norteada por uma força maior, que é a social.
No entanto, em um contato posterior fui conquistada por Durkheim, obviamente senhores, essa conquista foi relutante e ainda não se dá por completa, mas ele convenceu-me com o argumento de que: “Um todo não é idêntico à soma de suas partes, ele é alguma coisa cujas propriedades diferem daquelas que apresentam as partes de que é formado” Sendo assim, a visão dos fatos sociais como algo exterior, geral e coercitivo dos indivíduos torna-se possível, porque a sociedade como um todo, um conjunto, tem uma atuação própria, independente das atuações individuais.
Essa adesão se dá, mas ainda permanece uma ressalva, embora o todo atue como todo, pode-se analisar as partes atuantes como partes; ou seja, o individuo sendo um ser adequado menos pela razão que pelos instintos e sentimentos, pode ter sua mente considerada como algo a ser estudado, pela psicologia, psiquiatria e até pelas divagações filosóficas.
E ainda, discordo de Durkheim no sentido de desconsiderar os precedentes históricos para explicar a sociedade, porque podemos ver de forma evidente que o passado se liga ao presente, obviamente em um contexto e com inovações, mas é impossível conceber o momento atual sem levar em conta os acontecimentos anteriores que levaram a essa formação.
Novamente analisando a música Faroeste Caboclo, cujo autor é Renato Russo, vemos que a personagem João de Santo Cristo tem sua vida movida por uma situação por ele presenciada: a morte de seu pai, sendo assim ele “Não entendia como a vida funcionava/Descriminação por causa da sua classe e sua cor”; tanto ele quanto seu pai estavam presentes em uma sociedade excludente, que determina o caminho do branco e o caminho do negro, tal contexto o trazia ódio.
Ele é levado muitas vezes pelas tentações mundanas e também faz escolhas erradas mediante sua historia e trajetória de vida, quando tenta fazer uma opção mais digna é colocado na seguinte situação “E Santo Cristo até a morte trabalhava/Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar”. Embora carregasse sua vontades e desejos próprios, acabava por ser levado e corrompido pelo meio, e pela desigualdade social, chegando inclusive a não cumprir o que pretendia quando chegou em Brasilia “Ele queria era falar com o presidente/Pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer!”


Louise F. de Oliveira Dias
1º ano - Direito Noturno

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