Utilizo essa
postagem para fazer primeiramente uma colocação pessoal, a qual digo ser
relevante, então, por favor, não dê por finda a leitura se procura
impessoalidade. Na vez em que tive contato com Durkheim indignei-me com o fato
de que não deve ser considerado o individuo, já que os fatos sociais são a ele exteriores,
gerais e coercitivos, o que torna toda e qualquer ação individual norteada por
uma força maior, que é a social.
No entanto, em
um contato posterior fui conquistada por Durkheim, obviamente senhores, essa
conquista foi relutante e ainda não se dá por completa, mas ele convenceu-me
com o argumento de que: “Um todo não é idêntico à soma de suas partes, ele é alguma
coisa cujas propriedades diferem daquelas que apresentam as partes de que é
formado” Sendo assim, a visão dos fatos sociais como algo exterior, geral e
coercitivo dos indivíduos torna-se possível, porque a sociedade como um todo,
um conjunto, tem uma atuação própria, independente das atuações individuais.
Essa adesão se
dá, mas ainda permanece uma ressalva, embora o todo atue como todo, pode-se
analisar as partes atuantes como partes; ou seja, o individuo sendo um ser
adequado menos pela razão que pelos instintos e sentimentos, pode ter sua mente
considerada como algo a ser estudado, pela psicologia, psiquiatria e até pelas
divagações filosóficas.
E ainda,
discordo de Durkheim no sentido de desconsiderar os precedentes históricos
para explicar a sociedade, porque podemos ver de forma evidente que o passado
se liga ao presente, obviamente em um contexto e com inovações, mas é impossível
conceber o momento atual sem levar em conta os acontecimentos anteriores que
levaram a essa formação.
Novamente
analisando a música Faroeste Caboclo, cujo autor é Renato Russo, vemos que a
personagem João de Santo Cristo tem sua vida movida por uma situação por ele
presenciada: a morte de seu pai, sendo assim ele “Não
entendia como a vida funcionava/Descriminação
por causa da sua classe e sua cor”; tanto ele quanto seu pai estavam
presentes em uma sociedade excludente, que determina o caminho do branco e o
caminho do negro, tal contexto o trazia ódio.
Ele
é levado muitas vezes pelas tentações mundanas e também faz escolhas erradas
mediante sua historia e trajetória de vida, quando tenta fazer uma opção mais
digna é colocado na seguinte situação “E Santo Cristo até a morte trabalhava/Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar”. Embora
carregasse sua vontades e desejos próprios, acabava por ser levado e corrompido
pelo meio, e pela desigualdade social, chegando inclusive a não cumprir o que
pretendia quando chegou em Brasilia “Ele queria era falar com o presidente/Pra
ajudar toda essa gente que só faz sofrer!”
Louise F. de Oliveira Dias
1º ano - Direito Noturno
Louise F. de Oliveira Dias
1º ano - Direito Noturno
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