Na obra “A Ética Protestante e o Espírito Capitalista” de
Weber, o pensador discorre acerca da mudança de pensamento econômico ocorrida a
partir da Reforma Protestante. Antes da reforma, a soberana Igreja Católica
impunha sua forma de pensamento, que consistia em total abstenção de coisas
mundanas e materiais e, inclusive, condenava o lucro, considerando que o fruto
do trabalho deveria ser apenas o necessário pra sobrevivência.
Com o surgimento do Protestantismo dos Calvinistas, no entanto,
essa lógica mudou. Essa ceita religiosa valoriza coisas terrenas, a economia e,
assim, o lucro. Dessa forma, as pessoas, principalmente os burgueses, passaram
a não mais aceitar as imposições do capitalismo e a investir mais em suas
fontes de renda, buscando o lucro – que não era mais considerado pecado – e dando
impulso ao Capitalismo.
Segundo Weber, um fato crucial aconteceu para a consolidação
da relação entre Protestantismo e Capitalismo: a racionalização do indivíduo. A
partir disso este deixa de ser passivo e passa a buscar o que é melhor pra si,
sem considerar a coercitividade da Igreja. Neste sentido Weber fala ainda em
contabilidade racional, que consiste em separar sentimentos dos negócios, visto
que para que o negócio tenha sucesso é preciso se desvenciliar da influência de
sentimentos abstratos.
De modo geral, como afirma Weber, o Protestantismo quebrou
barreiras impostas pela Igreja Católica e colaborou para a consolidação do
pensamento e da sociedade capitalista.
Ana Carolina Nunes Trofino - Direito Noturno
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