Inúmeras são as
instituições que brotam no meio social moderno. A dinâmica das relações humanas
gera necessidades, que por sua vez fomentam possibilidades e destas derivam as
soluções. Estas, para Durkheim, são sempre estabelecidas a partir daquelas.
Têm-se exemplos disto durante todas as fases históricas
da evolução humana. O casamento entre pares, por exemplo, que nas épocas dos
selvagens e da barbárie, conforme classificação de Friedrich Engels, eram
grupais e praticados por consanguíneos, foram aos poucos, em razão do
amadurecimento dos conceitos de ética e moral, e com o impulso religioso,
evoluindo até chegarmos ao estabelecimento da ideia de família da sociedade
ocidental moderna, com o casamento monogâmico hodiernamente praticado.
Assim, vê-se que tal instituição social amolda-se, em
cada época, a expectativa que os indivíduos têm a respeito de tanto. Como os
agrupamentos humanos, cada vez mais, são elásticos em termos de dinâmica dos
fatos sociais, a complexidade substancial das relações vai elevando-se,
obrigando aos estudiosos da área à minuciosa atenção a isso, conforme o
pensamento durkheiminiano. Destarte, o sociólogo deve entender as expectativas
mutatórias nascentes a partir de um novo fato manifestado entre o coletivo
social, entendo-o para que se obtenha uma solução capaz de manter o corpo da
sociedade em correto funcionamento.
Durkheim, relatando as manifestações sociais e sua
dinâmica, convida-nos a observar, ainda, que na evolução dos anseios da
coletividade social, existe um fio ligando os costumes e padrões já
estabelecidos às novas formas de agir e querer do ser humano. Hodiernamente, a
título exemplificativo, temos a crescente evolução das uniões homoafetivas, que
representam uma mudança no comportamento conceitual da população e do próprio
Estado. Em que pese esta mudança, não olvidemos que os costumes e práticas
familiares estabelecidos pela cultura vigente estão apregoados no agir daqueles
casais, que buscam estabelecer uma família que seja instituída analogamente à
família formada por casais heterossexuais, desde a forma como estes se unem
àquela demonstrada quando das tentativas de adoção de crianças, nas quais os
homoafetivos intentam mostrar ao Estado e, por que não, a toda a sociedade, sua
capacidade de dar carinho e educar um filho nos moldes dos costumes e padrões
vigorantes.
Antônio
Rogério Lourencini – 1º ano de Direito - Noturno
Texto referente à aula
6 – Émile Durkheim: “Regras relativas à explicação dos fatos sociais”.
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