Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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sábado, 16 de março de 2013
A experiência como ferramenta para o conhecimento
Em 1620, Francis Bacon rompe com a filosofia de sua época ao publicar o livro "Novum Organum" e sugere um novo método para se chegar ao conhecimento.
Bacon sugere uma interpretação e transformação do mundo através da experiência, confrontando, dessa forma, a ciência e as superstições, as fantasias criadas pelos homens para explicar os fenômenos naturais.
Ele propõe uma ciência utilitarista, ou seja, que produza algo útil para aliviar e melhorar a condição humana e não uma atividade meramente contemplativa ou o simples exercício da mente humana. Ao fazer essas considerações, Bacon está criticando os gregos e às sua filosofia, cuja sabedoria é farta em palavras, mas estéril em obras, sem utilidade.
Para o filósofo empirista haveria, portanto, duas vias para se chegar à" verdade". Uma ignora a experiência e valoriza o mero exercício da mente, à essa via , própria da filosofia tradicional, que é a base para o senso comum, ele chamou de "Antecipação da mente". Já a outra, chamada de "Interpretação da natureza", valoriza a experimentação e busca empreender vitória sobre a natureza. Essa última, seria a via pela qual se chegaria ao conhecimento verdadeiro.
Além disso, Francis Bacon, nos alerta sobre as diversas barreiras ao conhecimento, aquilo que nos faz apreender falsas percepções do mundo, que ele chamou de Ídolos. Segundo ele, haveriam basicamente quatro "ídolos" ; Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Foro e Ídolos do teatro , e eles deveriam ser eliminados para chegar-se à uma neutralidade científica. É evidente que a ciência deve ser o mais imparcial possível, mas infelizmente, é inexequível livrar-se de todos os valores e convicções que foram absorvidos durante nossa vida, da mesma forma que um juíz não consegue despir-se de sua personalidade ao entrar em um julgamento.
Concluo dizendo a importância do pensamento baconiano, que começou o processo de mudança no que se refere aos métodos de se chegar ao conhecimento. Ele foi capaz de fazer com que, aos poucos, as explicações a cerca dos fenômenos fossem menos surreais e fantasiosas e mais científicas e prováveis pela experiência.
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