Numa noite como qualquer outra, a UNESP campus de Franca
teve a companhia de D. Bertrand de Orléans e Bragança para palestrar sobre
algum tema relacionado à história do Brasil Imperial. Não especifico mais a
palestra porque, infelizmente, não foi ela o centro das atenções e debates
dessa noite, pois foi sufocada e junto com si o discurso do palestrante. Mas
sim o tremendo alvoroço que vários estudantes revoltados pela presença do
suposto Príncipe do Brasil realizaram.
Através de pedaços de papelão recortados no formato de
guilhotinas, cartolinas hostilizando o convidado e gritos de “quem não pula é
ruralista”( por mais engraçado que pareça) além de outros mais ofensivos, os
manifestantes expressaram a sua insatisfação com a presença de Bertrand. Bom,
agora daremos os nomes aos bois, por que essa tamanha hostilidade contra um
palestrante convidado pela UNESP? Primeiro, Bertrand carrega o “título” de
Príncipe do Brasil, defende o monarquismo e é vinculado à bancada ruralista do
Congresso Nacional o que não garante muito apoio da maioria dos unespianos. Além
disso, e para aprofundar mais ainda o abismo que separa as ideologias dos dois
lados, ele afirma que a homossexualidade e os direitos que defendem o casamento
gay são satânicos e etc.
Bom, vamos dizer que a maioria dos estudantes do campus não
apreciaram muito os “gostos” do príncipe, mas fica a questão: será que os revoltosos
realmente exageraram ou fizeram o certo não deixando o convidado se manifestar?
Apesar de Bertrand defender um discurso de ódio que inferioriza e ofende
diversas minorias, ainda continuo acreditando que nesse caso específico a
liberdade de expressão seria um direito que o príncipe deveria ter. Desse modo,
a partir desse direito, no fim da palestra, seria também maravilhoso organizar
um debate entra os dois lados desse episódio e assim observar as opiniões
preconceituosas e ofensivas do príncipe caírem por terra.
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