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domingo, 17 de junho de 2012

Escravos do Capital



“O Capital”, de Karl Marx, é uma crítica ao pensamento capitalista e, para muitos, o marco inicial do chamado pensamento socialista, ou marxista, que tem o homem como um ser social, que possui a capacidade de trabalhar e produzir através de seu trabalho.
O autor, no capítulo XIII desta obra, “A Maquinaria e a Indústria Moderna”, começa citando uma reflexão do economista John Stuart Mill, “É de se duvidar que todas as invenções mecânicas até agora feitas aliviaram a labuta diária de algum ser humano”.  Um equívoco, segundo Marx, pois, ao empregar uma máquina, o fim do capital é outro:  baratear as mercadorias e prolongar a jornada de trabalho que o trabalhador oferece gratuitamente ao capitalista. A máquina é o instrumento que produz a mais-valia. O operário vende sua força de trabalho e o capitalista a compra, como única mercadoria que, criando mais-valia, faz nascer e crescer o capital.
O capitalista faz do trabalhador um escravo da máquina, prendendo-o a ela e limitando-o a uma única e maçante operação.  Com a introdução de máquinas, os obstáculos do tempo são reduzidos, juntamente com todos os limites da jornada de trabalho. E quando o capitalista alcança o limite da jornada natural, absorvendo todas às 24 horas do dia, ele encontra um modo de fazer, de apenas um dia, vários, intensificando o trabalho e aumentando sua produção diária múltiplas vezes. Tornando o trabalho mais intensivo, em uma única jornada o trabalho dentre as outras várias, o capitalista consegue alcançar seus objetivos, graças a maquina.
As consequências, portanto, da máquina para o trabalhador são claras; além da substituição de suas funções por uma máquina, o trabalhador também é humilhado, vendo seu único instrumento de trabalho, sua técnica, sendo inutilizada e, ainda, é preso a uma máquina, como um verdadeiro escravo.


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