“O
Capital”, de Karl Marx, é uma crítica ao pensamento capitalista e, para muitos,
o marco inicial do chamado pensamento socialista, ou marxista, que tem o homem
como um ser social, que possui a capacidade de trabalhar e produzir através de
seu trabalho.
O
autor, no capítulo XIII desta obra, “A Maquinaria e a Indústria Moderna”,
começa citando uma reflexão do economista John Stuart Mill, “É de se
duvidar que todas as invenções mecânicas até agora feitas aliviaram a labuta
diária de algum ser humano”. Um equívoco, segundo Marx, pois, ao
empregar uma máquina, o fim do capital é outro: baratear as mercadorias e prolongar a jornada
de trabalho que o trabalhador oferece gratuitamente ao capitalista. A máquina é
o instrumento que produz a mais-valia. O operário vende sua força de trabalho e
o capitalista a compra, como única mercadoria que, criando mais-valia, faz
nascer e crescer o capital.
O
capitalista faz do trabalhador um escravo da máquina, prendendo-o a ela e
limitando-o a uma única e maçante operação. Com a introdução de máquinas, os obstáculos do
tempo são reduzidos, juntamente com todos os limites da jornada de trabalho. E
quando o capitalista alcança o limite da jornada natural, absorvendo todas às
24 horas do dia, ele encontra um modo de fazer, de apenas um dia, vários, intensificando
o trabalho e aumentando sua produção diária múltiplas vezes. Tornando o
trabalho mais intensivo, em uma única jornada o trabalho dentre as outras
várias, o capitalista consegue alcançar seus objetivos, graças a maquina.
As consequências, portanto, da máquina
para o trabalhador são claras; além da substituição de suas funções por uma
máquina, o trabalhador também é humilhado, vendo seu único instrumento de
trabalho, sua técnica, sendo inutilizada e, ainda, é preso a uma máquina, como
um verdadeiro escravo.
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