“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta (...); uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionaria da sociedade inteira ou pela destruição das duas classes em luta”. Para Marx, esse é o sentido da historia, e compreendê-lo é também compreender que a sociedade capitalista deve ser transformada.
A meta do comunismo é abolir a divisão social, que na sociedade capitalista se manifesta na propriedade privada, realizando a igualdade e a universalidade efetiva. O próprio Marx, no entanto, diz: “Para superar o pensamento da propriedade privada, basta o comunismo pensado. Para suprimir a propriedade efetiva, é necessária uma ação comunista efetiva”. O comunismo, então, não pode ser apenas uma formula teórica, mas deve ser uma pratica.
Para Marx, o crescimento da classe operaria faz parte do dinamismo do capitalismo, que requer a ampliação incessante da produção de riqueza e, portanto, do capital. “A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado. (...) O progresso da indústria (...) substitui o isolamento dos operários (...) por sua união revolucionaria mediante a associação. Assim, o desenvolvimento da grande indústria socava o terreno em que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação dos produtos. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitoria do proletariado são igualmente inevitáveis”.
A vitória do proletariado é, inicialmente, a conquista do poder político, que até então se encontrava nas mãos da classe dominante. Essa é, segundo Marx, a única maneira de assegurar a transformação radical da sociedade pela abolição da propriedade privada. Isso não significa, no entanto, que não possa mais haver propriedades pessoais. “O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, apenas suprime o poder de escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação”.
Essa revolução, pelas próprias condições em que se dá, não pode se restringir aos limites de um país. O capitalismo universalizou-se, estendendo suas formas de dominação a todo o mundo; do mesmo modo, a revolução operaria só pode se realizar por inteiro na medida em que abolir universalmente a dominação burguesa. A revolução deve ter um caráter internacional. Por isso, “os proletários nada têm a perder (...) a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.”
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