Ao analisar a realidade cotidiana que engloba
o mundo com base nas normalizações sociais, é possível estabelecer o racismo como
uma delas, cuja hierarquia de pensamentos faz com que as minorias sejam submetidas
à imposição de valores e estruturas que não lhes são válidas, ou seja, que mantem
um sistema de segregação. Acerca de tudo isso, o racismo estrutural apresentado
por Silvio Almeida, demostra que as relações raciais depreciadas, adentram
questões muito mais abrangentes, principalmente com relação a manutenção de uma
estrutura de poder, como apresentada por Max Weber.
Dessa forma, dentro do texto “Raça e Racismo” é exposto que “por trás da raça sempre há contingência, conflito,
poder e decisão, de tal sorte que se trata de um conceito relacional e
histórico”, isto é, o exercício do poder em contextos históricos específicos,
molda as relações sociais de interesse dos grupos dominantes. Essa perspectiva se
relaciona com a definição de poder para Max Weber, que explicita que é a
capacidade de impor a própria vontade em uma relação social, mesmo que seja
contra as resistências.
Por conseguinte, a imposição da vontade
dos dominantes, leva a obter uma obediência em massa, resultando na legitimação
de práticas violentas e de exclusão. Vale ressaltar, que tal temática retoma princípios
do colonialismo, onde foi criado as relações de hierarquia racial, como forma
de justificar as desigualdades e aplicar a submissão. Ademais, o contexto de
discriminação tem como requisito fundamental, o poder, possibilitando o uso da
força, sendo que para Weber, o Estado é caracterizado como a instituição que
detém o monopólio legitimo da força. Assim, as práticas de segregação se tornam
possíveis, pois são toleradas pelo Estado e suas instituições, evidenciando bem
o conceito de dominação racional-legal.
A princípio, o racismo é definido pelo
seu caráter sistêmico, que não engloba apenas os atos discriminatórios, mas
também um processo em que condições de subalternidade são espalhadas nos âmbitos
políticos, econômicos e nas relações cotidianas. Dentro da ideia weberiana, o poder e a
dominação se manifestam em conjunto e se reproduzem em diversas esferas da
sociedade, sendo sustentadas por instituições e práticas que sustentam essas problemáticas.
Por fim, o texto mostra como a noção de raça foi utilizada para “naturalizar desigualdades e legitimar a segregação e o genocídio de grupos sociologicamente considerados minoritários”. Isso está alinhado com a ideia de Weber sobre legitimidade: o poder vira uma dominação legítima quando as pessoas o aceitam na sociedade, mesmo que isso gere grandes desigualdades.
Maria Eduarda Siqueira Alves dos Santos - Direito - 1° ano - Matutino
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