Marx, em seu livro
“A Ideologia Alemã”, discute como os métodos de produção influenciam não apenas
a vida prática das pessoas, mas também suas identidades. Essa visão é
contemporaneamente ilustrada por Sennett em "A Corrosão do Caráter",
onde temas como tempo, mobilidade social e fraquezas de caráter são abordados.
Na história de Rico e Enrico, pai e filho, vemos dois modos de vida
contrastantes. Enrico adota um ritmo mais lento e estável, buscando equilíbrio
e consistência em suas atividades. Por outro lado, Rico, em sua busca pelo
sucesso rápido, sacrifica tempo pessoal e enfrenta um ritmo frenético de
trabalho, representando a pressão do novo capitalismo, onde a ascensão social é
associada ao comprometimento extremo. Esses exemplos evidenciam como a forma
como as pessoas constroem suas vidas está ligada à sua identidade e qualidade
de vida. O estilo de vida acelerado de Rico reflete as pressões do mundo
contemporâneo, onde a busca pelo sucesso muitas vezes leva ao esgotamento e à
perda de conexões sociais.
Essa dinâmica entre os
personagens ilustra a precarização e insegurança presentes nas relações de
trabalho contemporâneas. Rico está imerso em um ambiente onde a busca pelo
sucesso muitas vezes leva à alienação e à desconexão das próprias necessidades
pessoais e emocionais. As preocupações levantadas por Sennett e Marx ecoam o
contexto atual de alta competitividade e pressão por desempenho. Muitos
trabalhadores enfrentam demandas excessivas, o que pode resultar em fadiga e
esgotamento, afetando negativamente sua saúde física e mental. Em suma, a
relação entre produção material e identidade continua sendo uma questão
relevante e atual. É fundamental repensar as práticas de trabalho e promover um
equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal, visando o bem-estar e a
realização das pessoas em suas múltiplas dimensões.
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