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sábado, 26 de junho de 2021

O RACISMO NO BRASIL E SEU REFLEXO NA EDUCAÇÃO.

O Brasil, nasce , na ótica do colonizador europeu branco que desembarcou em solo brasileiro no ano de 1500, apoiado nas bases do colonialismo, instituído com a premissa de uma colônia de exploração pela coroa portuguesa, na qual o único objetivo do império português era a obtenção de lucros, e com isso, viabilizar o desenvolvimento de Portugal, desde então buscariam uma forma de mão de obra para tais empreendimentos da coroa, é importante lembrar que em Portugal já havia o uso da mão de obra escrava negra africano, portanto já havia domínio dessa prática.

            A partir da implantação do sistema de plantantion da cana de açúcar, houve a sistematização do tráfico negreiro como política de governo, e perpetuo até 1850, que foi abolido pela Lei Eusébio de Queirós, todavia a escravidão ainda estava estabelecida nos seios da política econômica daquele momento, sobretudo nas lavouras de café, sendo que a abolição da escravatura se daria somente em 1888. Ademais, toda essa população negra foi jogada as margens da sociedade, que por sua vez é uma sociedade patriarcal, capitalista, branca e fundamenta o racismo, ou seja, essas pessoas não obtiveram a emancipação de fato. Desse modo, a segregação social criou condições para que a população negra não obtivesse êxito, de modo a naturalizar a desigualdade social.

            Por consequência desse processo do colonialismo, o racismo do brasil, é estrutural e sistêmico, que funda instituição, estrutura e replica o preconceito, a discriminação em todas as instituições e esferas do país, além de criar uma subcidadania para os negros, como Clarice Lispector, em sua obra “A Hora da Estrela”, descreve Macabéa como um parafuso dispensável em um sociedade técnica, assim como acontece com os pretos, colocando-os em uma situação de precarização dos seus direitos, como politica instituída, uma vez que não havia projetos que viabilizassem a garantia de direitos, a ascensão econômica , a ascensão social por parte da população parte negra, dita em outras palavras dar ao negro uma dignidade, ser reconhecido como ser humano que também tem suas necessidades, que é dotado de sentimento.

            Há exemplo disso, na atualidade, nas universidades, uma ínfima fração das vagas ofertas são ocupadas por pretos e pardos, mesmo as pessoas negras representando mais de 50% da população brasileira, do mesmo modo nota-se no mercado de trabalho, em cargos de liderança ou até no espaço político. Sobretudo as mulheres, que ainda compõem uma fração ainda menor desses espaços.

            Somente a partir de 2000, que o governo federal começa a investir em políticas públicas contra a discriminação racial, e somente em 2012 institui a lei cotas, com objetivo de diminuir as desigualdades sociais, além dar a oportunidade do aluno de baixa renda, na maioria os pretos, de ingressar na universidade. As ações afirmativas são políticas públicas do governo com o propósito de corrigir as desigualdades raciais, contudo as políticas publicas raciais são reparar os crimes que o estado brasileiro cometeu contra a população negra por mais de séculos. Evidentemente, que após a instauração de lei de cotas o número de alunos pretos nas universidades tem aumentado significativamente, ainda pequeno em um contexto geral, porém é um avanço quanto a democratização do acesso ao ensino.

            Em 2022 há uma revisão da lei de cotas de 2012, que evidencia o caráter racista do Estado, de fácil percepção, basta olhar quantos negros ocupam lugares dentro do palácio do planalto, da câmara dos deputados ou no senado federal, uma vez que uma política pública não tem validade, e deve se manter até que os indicadores demonstrem que há grandes desigualdades e injustiças. É sine qua non, que se precisa de mais políticas públicas de estado do que somente a lei de cotas como política pública de ação afirmativa, para reparar todos as desigualdades causadas pelo racismo. Paulo Freire, em sua obra “A Educação Como Prática da Liberdade”, defende que o homem deve-se libertar da massificação e da opressão por meio de uma ampla formação humanística. Para o educador, o indivíduo deve caminhar na direção de um senso crítico baseado no respeito as diferenças e na dignidade.

Cássio Goulart, aluno do 1º semestre de Direito.

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