Um
bom trabalhador é o mesmo que um bom pai? Um bom marido? Um bom cidadão?
Atualmente,
com a dignificação e enaltecimento do trabalho é comum que esse seja o único parâmetro
para analisar e definir o caráter de uma pessoa. No entanto, existe uma carga
contrária extremamente forte já que existem inúmeros casos de homens
aparentemente perfeitos, respeitados em seu trabalho e círculo social que
abusam de suas esposas e filhos, também existem aqueles que durante o nazismo
exterminaram e perseguiram grupos seguindo ordens em seu cargo, mas dentro de
casa eram amados e considerados ótimos pais e maridos.
Para
entender essa situação, é claramente necessária uma análise psicológica
minuciosa, porém um fator se evidencia: na sociedade há uma grande dicotomia do
trabalho e da vida pessoal do indivíduo. A partir da teoria de Marx e Engels,
nota- se que esse cenário é resultado de uma fragmentação e perda da visão
holística, interferindo desde a sociedade como um todo até nas menores
instâncias do cotidiano de um indivíduo.
De acordo com Marx e Engels, a sociedade se
encontra em um contexto que coloca a produção como base da ordem social e a
economia engendra todos os outros campos da sociedade. Dessa maneira,
percebe-se que é comum colocar o trabalho como um fator essencial para o
julgamento de uma pessoa, muitas vezes definindo seu caráter, por exemplo, uma
pessoa que trabalha muito é vista como dedicada e competente mesmo que isso
consuma a maioria das horas do seu dia e a torne infeliz.
Fica
evidente que, segundo a dialética materialista, esse processo tem uma causa,
uma experiência histórica que projetou no passado um desenvolvimento para um
futuro em que todas as instâncias se coordenam e são influenciadas pelo
trabalho.
Monique Fontes, 1 ano Direito Noturno
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