A dialética é um conceito estudado por inúmeros pensadores ao longo da história, de Sócrates a Marx, sendo que este último uniu dois conceitos e formulou um novo: o materialismo dialético. Tal termo remete a uma superação da filosofia tradicional, com a ideia de que a resposta para os males de qualquer época está na história humana. Basicamente, todos os problemas enfrentados por qualquer povo atual já foram enfrentados por seres humanos ao longo da história, esta sempre em contínua transformação. É famosa a frase que explica o materialismo dialético: "o que é, exatamente por ser tal como é, não ficará como está". Torna-se fácil a relação desse conceito com o direito, ciência que tem como um de seus nortes a contínua mudança, baseada em situações empíricas vivenciadas pelo ser humano. Tal como o materialismo dialético, nunca ficará exatamente como está, visto que modifica-se constantemente em busca de melhor abranger todas as facetas da sociedade. Logo, a dialética seria um dos componentes principais do direito, sendo ambos fundados na realidade empírica, como nos guia a teoria marxista.
É interessante a relação de tais conceitos com o Brasil atual, que afunda cada vez mais em escândalos de corrupção, cortes na educação e desemprego. Todos estes problemas já foram vistos em algum ponto da história do mundo e diversas vezes na brasileira. No entanto, o povo e, consequentemente, os governantes por ele escolhidos, preferem tratar tais questões como algo sem precedência, levando o país a um descaso crescente. É triste o pouco caso dos brasileiros com questões essenciais em qualquer país desenvolvido, como o incentivo à educação. Num país em que armas de fogo são progressivamente liberadas e incentivadas, e livrarias fecham aos montes, é mínima a esperança de uma sociedade consciente de seu papel e que lute por seus direitos fundamentais. Resta saber se, ao final, haverá uma luz no fim do túnel, seja no direito, seja fora dele. A dialética pode vir das ruas, das universidades, das favelas. Desde que venha, e traga consigo a força de mudar, ao menos parcialmente, a mentalidade da população brasileira atual, cega a seus direitos e tão devota a seus governantes que, no fim, só a empurram mais para a escuridão.
Letícia Killer Tomazela
1 ano Direito Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário