''Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher''. A infeliz tentativa de humor teve como autor o deputado Jair Bolsonaro do PSC-RJ. Sendo um dos principais expoentes da extrema direita brasileira, muitos de seus comentários machistas, racistas e homofóbicos ainda são aceitos no país em pleno século XXI.
Isso comprova como ainda existe uma influência grande do positivismo dentro da sociedade brasileira. Essa linha de pensamento, sistematizada por Augusto Comte, nasceu sob um contexto pós-Revolução Francesa, no seio da Revolução Industrial, momento em que havia uma grande indignação social. Assim, a ideia de Comte seria criar uma nova ciência para compreender a sociedade e, a partir daí, poder controla-lá melhor.
O positivismo, ademais, pode ser expresso no seguinte lema: ''Ordem e Progresso'', os dizeres de nossa bandeira revelam a preocupação desses pensadores em ditar uma certa organização social, na qual o individuo, mesmo sendo livre, seria regido por valores morais e Instituições (normas, família e o Direito em última instância) que o ensinariam a renegar a si mesmo, seus desejos, suas paixões, suas vontades em prol de um convívio e de uma sociedade melhor, mantendo, assim, a dita ordem. Seria assim que, de acordo com os positivistas, a humanidade alcançaria o progresso.
Essa é a base do discurso de Bolsonaro, assim como da população conservadora que o apoia, sendo que essa parcela tenta ao máximo afrontar tudo aquilo que foge dos ''valores morais'' que regiram suas vidas ate então, bem como a das gerações passadas. Por isso, o empoderamento feminino, a causa LGBT, as greves, a concientização da classe trabalhadora que se organiza em movimentos sociais como o MST e o MTST são vistos como ameaça por esse grupo, o qual considera os direitos conquistados pelas minorias como um meio para a decadência dos principais pilares que sustentam a sociedade tradicional. Em sua míope visão, sem a base da família e a clara divisão de classes, por exemplo. tudo se tornaria desordem e caos absoluto.
Lívia Marinho Goto - Turma XXXV - Matutino
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