O
ser humano, sob um ponto de vista evolucionista, conseguiu se destacar a partir
do momento em que, utilizando-se da racionalidade e destreza, conseguiu fazer
de seu tempo e existência algo produtivo e eficaz para a prolongação e
facilidade de sua vida, como no caso da fabricação de ferramentas voltadas à sobrevivência.
Inobstante, as sociedades foram ficando mais complexas, juntamente com as relações
humanas. A noção de trabalho passou a ter um sentido inexoravelmente paralelo
da submissão de um homem ao outro. Noção essa, que devido a esse contexto, fora
relacionada com “tripalium”, um instrumento
de tortura muito utilizado no período da inquisição.
Com
as modificações trazidas por eventos históricos como a revolução industrial, a
questão do trabalho e do tempo passaram a se tornar elementos indispensáveis na
vida de todos, de forma exacerbada. Foi necessário que se criasse algumas
medidas para a proteção dos trabalhadores, os quais não tinham dignidade alguma
nos contextos trabalhistas. Muitas dessas medidas encontraram se sucedidas.
Sem
embargo, hodiernamente, é possível traçar uma tendência, no que tange ao
direito, a um retrocesso na questão desses direitos conquistados. Como exemplo,
pode-se apontar a reforma trabalhista proposta por Michel Temer.
Diante
dessa nova conjuntura, é notável um princípio da flexibilização do trabalho. À primeira
vista, levando em conta a própria palavra flexível, pode não parecer algo ruim.
No entanto, de forma a responder uma promessa de “modernização”, observar-se-á
um caráter apenas de redução de direitos para facilitar o enquadramento das
necessidades dos poderosos. Destarte, modifica-se toda uma categoria de
contratos de trabalho: muitas vezes os trabalhadores não tem o dia especificado
no qual tem que ir trabalhar, bem como as horas, o tipo de trabalho e até mesmo
a remuneração, uma verdadeira metamorfose no trabalho.
Outro
ponto que está a ser modificado, relacionando-se, digamos, “indiretamente”
(ênfase nas aspas) com o trabalho, é a previdência. Sob o argumento de uma
atual insustentabilidade do sistema (que funciona com o dinheiro arrecadado no
presente), busca-se um corte, ou seja, aumentar o tempo de contribuição e
diminuir o retorno, além de desdenhar diversos tipos de trabalhos que por sua essência
deveria possuir algum tipo de medida diferenciada.
Com
isso, cabe ao direito, através de toda e qualquer forma de expressão, buscar
uma transformação em todo esse paradigma ideológico. Da mesma que se mudaram as
conjunturas passadas, é possível retomar os aspectos positivos e, sem sombra de
dúvidas, programar novos.
Douglas Toci Dias
1º Ano Direito Matutino
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