Na conjuntura
nacional e mundial à qual estamos inseridos, muitas vezes não há
atento sobre a presença da racionalidade e da ciência no mundo
moderno. No entanto, tal forma de pensar é muito mais frequente e
abrange quase toda a sociedade. Esse costume começa a ganhar forma
com a proposta de René Descartes e Francis Bacon, que a partir de
suas épocas, começam a questionar itens fundamentais como o
entendimento, retomando conceitos antigos e criticando os filósofos
que aceitavam a razão como fonte verdadeira para todas as
indagações. Consubstancialmente, a partir disso adquire-se a
confirmação de verdades de acordo com a capacidade ontológica do
homem, guiada pela experiência. Na mesma medida, e partindo do
pressuposto do Direito enquanto ciência, isso permitirá uma nova
fase em que começa a ser marcado o Direito para os homens, e não
mais baseados na religiosidade e em algo superior.
Todavia, ainda que
pareça que nossa sociedade ultrapassou conceitos que foram refutados
há muito, é notório que muitos preceitos continuem a atuar em
diversos cenários. Quando Bacon trata dos ídolos (falsas
percepções do mundo) e de suas atuações, é possível trazê-lo
para a realidade até em situações banais. A exemplificar os
ídolos da tribo, que podem ser encontrados nas relações
partidárias que abalam a sociedade brasileira há alguns anos;
ídolos da caverna (referência ao “mito da caverna” de
Platão), em que se encontram costumes de diversas famílias
brasileiras por pessoas mais antigas e que cresceram em situações
antônimas às vivenciadas hoje; e até mesmo os ídolos da feira
e do teatro, nos quais observa-se as relações comerciais e as
ilusões que abrangem um número considerável de indivíduos, como a
astrologia, que pode ser encontrada em ambos os últimos. Além
disso, podemos perceber questões refutadas por Descartes e Bacon até
mesmo em votações no senado, ou na câmara, em que deputados e
senadores justificam suas ações por intermédio de figuras divinas.
Dessa forma,
Francis Bacon e René Descartes foram grandes inovadores em suas
ideias e contribuíram muito para a ciência que se conhece hoje.
Ainda que alguns princípios não foram quebrados, a sociedade
caminha positivamente para a eliminação dessas formas rústicas do
pensamento. Contudo, é questionável o enfoque que o ensino tem para
os membros de uma sociedade e daqueles que são eleitos para
administrá-la, pois tais preceitos ultrapassados se perpetuam
através da ignorância e da falta de aprendizado sobre as
diversidades do pensamento e das bases científicas, o que só é
passível de mudança através dos sucessores da população.
Michelle Fialkoski Mendes dos Santos - 1ª ano - Direito Matutino
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