Augusto Comté, filósofo francês nascido em 1798, consolidou
sua teoria sobre a filosofia positiva há mais de um século. No entanto, tal
teoria ainda consta em nosso século e é presente até em pensamentos políticos
de nossos líderes nacionais. Em uma de suas observações, Comté deixa sua
preferência pela observação direta através da ciência, para a previdência do
ato e efetuar sua ação. Em tal linha de raciocínio, aplica-se
consubstancialmente a supervalorização das ciências técnico-científicas,
concretizadas no positivismo, enquanto evolutivas para a humanidade em
detrimento das ciências humanas, e se trazido para o mundo contemporâneo,
relaciona-se com preconceitos e esteriótipos vivenciados em diversas profissões
e cursos especializadores que tem como base a educação metafísica.
Para o
filósofo, assim como para muitos preceptores do poder, as ciências humanas são
vistas como perigosa, porque trazem a tona nos seres humanos sentimentos de
transformação e melhora, que apesar de objetivar o avanço, precedem
contrariedade às leis naturais e o modo de atuar a que estamos familiarizados.
Tal ideia tende a ser lógica, vez que se torna descomplicado agir sobre o
preceito de reinserir o indivíduo na normalidade, e não mudar um sistema que é
passível de falhas. A naturalização de itens antes errados não sustenta o
positivismo de manter a aptidão de agir, estática, e, dinâmica, a ação efetiva.
Além disso, quando há mudança – tal termo é o único possível empregado ao
relatar o Brasil, visto que até hoje nenhum movimento antes ocorrido pode ser
considerado revolucionário – na ordem, ela é muitas vezes feita pelos próprios
governantes, para que se possa a todo custo “desestabilizar dentro dos
padrões”.
Através
disso, se transfere à tona a subestimação dos cursos de humanas em nossa
sociedade, com diversas sátiras e ironias, e até mesmo com repreensão da
família na escolha desses curso pelos descendentes. Bordões que valorizam o
dinheiro que tais profissões muitas vezes não conseguem trazer, até mesmo pela
falta de reconhecimento somada ao fator de serem menos voltadas para a
indústria para o modo de produção aplicado, acabam por reprimi-las do convívio
social e são deixadas de lado. É o caso da reforma do ensino médio, que
proporciona aos alunos escolherem cursos dos quais tem mais aptidão, e eliminar
matérias até então obrigatórias, como Sociologia e Filosofia, que se analisadas
com mais clareza englobam não só a profissão que o estudante seguirá, mas
também sua convivência e relação com outros à sua volta até mesmo no trabalho.
Dessa
maneira, a teoria proposta por Augusto Comté proporciona muitas reflexões à
temáticas tão implícitas no mundo contemporâneo que passam muitas vezes
despercebida. A consideração deixada neste texto consiste na superestimação das
ciências focadas no trabalhador eficiente enquanto “gorila domesticado”, tal
como explicita Taylor, que age maquinalmente e não questiona a sociedade e a
sistemática inserida, acarretando a longo prazo a disfunção do pensar
criticamente, tornando a educação metafísica algo banal e subestimado.
Michelle Fialkoski Mendes dos Santos - 1° ano Direito Diurno
Michelle Fialkoski Mendes dos Santos - 1° ano Direito Diurno
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