46%
da população brasileira é negra ou parda. A taxa de analfabetismo dos negros e
pardos é de 18% contra 8% dos brancos. A média de anos de estudo dos brancos é
de 6,9 anos contra apenas 4,7 anos dos negros. A probabilidade de ser pobre?
48% dos negros contra 22% dos brancos. E a probabilidade de NÃO ter carteira
assinada? 12% para os brancos e 17% para os negros e pardos. A democracia
racial NÃO existe. As oportunidades que foram dadas aos negros devido a seu
passado histórico não foram as mesmas que os brancos tiveram. Não
vivemos numa democracia racial. A chance de um negro ser desempregado é
MUITO MAIOR que a de um branco. Os anos de estudo (olha que coincidência!) são
extremamente discrepantes. Se não vivemos numa democracia racial o racismo DEVE
ser combatido. Se nem todos os BRASILEIROS tem as mesmas possibilidades de
estudo, de oportunidade e a mesma qualidade de vida por quê usamos então o
método menos justo: a meritocracia? Não vivemos numa
democracia racial. Colocamos em prática a tão cobiçada igualdade formal
“todos são iguais perante a lei”, mas esquecemos da garantia de igualdade na
prática. Onde está a igualdade material? Todos são iguais perante a lei,
brancos e negros, pardos e índios, e na sociedade? Isso é efetivamente
garantido? Garantias que visam a existência da igualdade material? ESSENCIAIS! Todos são iguais perante a lei. Todos
têm a mesma educação? As mesmas condições financeiras? As mesmas oportunidades?
Todos são vistos igualmente na sociedade? Que justo seria se negros e pardos
tivessem uma garantia legal na entrada das universidades: cotas raciais. “E meu
filho que se matou o ano inteiro no cursinho para passar em medicina?”. “Nossa,
que bobagem as cotas, que absurdo: Todos são iguais perante a lei!” INDIVIDUALISMO. Devemos tratar pessoas que
historicamente tiveram condições de inclusão na sociedade diferentes de maneira
diferente para que assim seja garantida a justiça. IGUALDADE MATERIAL. E a medida de universidades
públicas adotarem a reserva de vagas para negros e pardos? NECESSÁRIAS! O direito como ferramenta de
emancipação social? IMPRESCINDÍVEL. O direito deve meramente garantir o
que está previsto em lei art. 208, inciso V: meritocracia, art. 5º inciso I:
igualdade formal? Todos são iguais, mas nem todos possuem as mesmas chances
sociais de atingir um objetivo. Todos tem a mesma oportunidade de entrar na
universidade? O preconceito racial não existe? Nós vivemos numa
democracia racial? Igualdade
material, liberdade e oportunidade? Construção de um futuro emancipatório para
um grupo que teve seus direitos feridos durante toda uma história? Emancipação
social? “Ter o direito a ser igual quando a sua diferença o inferioriza; e ter
o direito a ser diferente quando a sua igualdade o descaracteriza”? Até quando
pautaremos nossas respostas a essas perguntas acreditando na existência de uma
democracia racial? Nós não vivemos numa
democracia racial!
60 por cento dos jovens de periferia sem antecedentes criminais, já sofreram violência policial.A cada quatro pessoas mortas pela policia, três são negras. Nas universidades brasileiras, apenas 2 por cento dos alunos são negros. A cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo
Heloísa Guerra - 1º ano - Diurno
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