Augusto Comte viveu no final do século XVIII
até meados do século XIX na França, criou uma corrente filosófica chamada
positivismo, isto é, a extrema valorização do método científico das ciências
positivas (baseadas nos fatos empíricos) e a repulsa as discussões metafísicas.
O positivismo está intrinsecamente ligado aos benefícios trazidos pela
industrialização e o otimismo do progresso tecnocientífico. Em sua obra “Curso
de filosofia positiva”, discute sobre a lei dos três estados, baseado em três
estágios: teológico, metafísico e positivo. O primeiro, seria o ponto de
partida do conhecimento humano, em que os fenômenos do mundo são vistos pela
ótica sobrenatural; o segundo, substitui a influência do sobrenatural pela ação
de forças abstratas ou também chamada de “força vital” e reunião de todas essas
forças em um só ponto, constituindo a “natureza” que seriam os representantes
dos seres no mundo; o terceiro, é o uso combinado de razão e observação,
passando a entender os fenômenos do mundo.
O
positivismo, muitas vezes, é relacionado ao empirismo puro, no entanto, há
divergências entre eles, uma vez que o conhecimento científico não é reduzido apenas
aos fatos observados, mas sim, como Comte aponta, pelo aspecto legislativo de
leis gerais encontra-se o grande ideal das ciências. Baseado nas ciências o ser
humano é capaz de prever os fenômenos naturais, dessa forma, confirma-se o lema
positivista “ver para prever”.
Com
base no conhecimento científico, Comte vê o progresso sendo impulsionado, no
entanto, este é subordinado à ordem, visto que a ordem é uma condição
fundamental para o progresso. Esses preceitos também são correlacionados aos
princípios de estática (estuda as forças que unem uma sociedade) e dinâmica (estuda
as transformações sociais e suas causas), a ordem é relacionado ao primeiro e o
progresso relacionado ao segundo.
Comte
também retrata sobre a reorganização completa da sociedade, isso consistia na
regeneração das opiniões e dos costumes humanos. Portanto, tratava-se de uma
reestruturação intelectual e não de uma revolução das instituições sociais.
Esse ideal ele correlaciona com a Revolução Francesa, pois houve uma
reorganização intelectual ao desconstruir valores do antigo regime, no entanto
não impôs novos valores a nova sociedade surgida a partir de então. Dessa
forma, prega o restabelecimento da ordem na sociedade capitalista industrial.
Nesse cenário, houve conflitos entre proletários e capitalistas; Comte legitima
a exploração industrial e concorda com a divisão de classes, pois considera
indispensável a existência dos empreendedores e dos proletariados.
Douglas Torres Betete – 1º ano Direito
(noturno)
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