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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Reconstrução intelectual baseada na ordem

Augusto Comte viveu no final do século XVIII até meados do século XIX na França, criou uma corrente filosófica chamada positivismo, isto é, a extrema valorização do método científico das ciências positivas (baseadas nos fatos empíricos) e a repulsa as discussões metafísicas. O positivismo está intrinsecamente ligado aos benefícios trazidos pela industrialização e o otimismo do progresso tecnocientífico. Em sua obra “Curso de filosofia positiva”, discute sobre a lei dos três estados, baseado em três estágios: teológico, metafísico e positivo. O primeiro, seria o ponto de partida do conhecimento humano, em que os fenômenos do mundo são vistos pela ótica sobrenatural; o segundo, substitui a influência do sobrenatural pela ação de forças abstratas ou também chamada de “força vital” e reunião de todas essas forças em um só ponto, constituindo a “natureza” que seriam os representantes dos seres no mundo; o terceiro, é o uso combinado de razão e observação, passando a entender os fenômenos do mundo.
O positivismo, muitas vezes, é relacionado ao empirismo puro, no entanto, há divergências entre eles, uma vez que o conhecimento científico não é reduzido apenas aos fatos observados, mas sim, como Comte aponta, pelo aspecto legislativo de leis gerais encontra-se o grande ideal das ciências. Baseado nas ciências o ser humano é capaz de prever os fenômenos naturais, dessa forma, confirma-se o lema positivista “ver para prever”. 
Com base no conhecimento científico, Comte vê o progresso sendo impulsionado, no entanto, este é subordinado à ordem, visto que a ordem é uma condição fundamental para o progresso. Esses preceitos também são correlacionados aos princípios de estática (estuda as forças que unem uma sociedade) e dinâmica (estuda as transformações sociais e suas causas), a ordem é relacionado ao primeiro e o progresso relacionado ao segundo.
Comte também retrata sobre a reorganização completa da sociedade, isso consistia na regeneração das opiniões e dos costumes humanos. Portanto, tratava-se de uma reestruturação intelectual e não de uma revolução das instituições sociais. Esse ideal ele correlaciona com a Revolução Francesa, pois houve uma reorganização intelectual ao desconstruir valores do antigo regime, no entanto não impôs novos valores a nova sociedade surgida a partir de então. Dessa forma, prega o restabelecimento da ordem na sociedade capitalista industrial. Nesse cenário, houve conflitos entre proletários e capitalistas; Comte legitima a exploração industrial e concorda com a divisão de classes, pois considera indispensável a existência dos empreendedores e dos proletariados.


Douglas Torres Betete – 1º ano Direito (noturno)

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