A obra de Karl Marx e Friedrich Engels, de 1848, intitulada de Manifesto
do Partido Comunista, trata sobre a análise do sistema capitalista na
sociedade, de modo a superá-lo, alertando o operariado sobre o poder que dispõe,
podendo revolucionar todo o sistema. Embora considerado como uma profecia, Marx
nada mais fez do que analisar profundamente a história e a sociedade em si,
evidenciando a forma supressora que o capitalismo trabalha, acentuando as
desigualdades em um mundo que cada vez mais é individualista. A luta de classes
que se apresentou em todas as sociedades existentes, como afirmado no Manifesto,
na sociedade moderna se apresenta entre o operário e o burguês. Pode-se
afirmar que em algumas sociedades o primeiro venceu; em outras, o segundo, mas
na atualidade é o operário quem sai perdendo.
O capitalismo aprofundou e acentuou a desigualdade socioeconômica, além
disso, dispõe de instrumentos de extrema influência na população para fazê-la
acreditar que esse sistema é o ideal para a sociedade: a mídia é um desses
instrumentos principais. Um exemplo dessa alienação midiática ocorreu em
momentos pré-ditadura militar no Brasil, em que supostamente havia uma “ameaça comunista”
que rondava a América Latina; os Estados Unidos, como líderes do capitalismo na
época, estavam prontos para intervir, mas o exército brasileiro o fez
primeiramente, aplicando um golpe, assumindo o governo.
Com isso, a ascensão social passou a ser o “sonho capitalista” de
todos, e não mais a condição de igualdade geral. De algum modo, o trabalhador
se perdeu dentro do movimento, passando não mais a querer dominar os meios de
produção na classe em que pertence, mas sim a querer ser dono de toda a
produção, elevando-o a condição de burguês. Talvez seja pela desilusão na forma
como o socialismo foi empregado na União Soviética, por exemplo, mas na
realidade, não se conhece devidamente o sistema socialista na prática. Todas as
formas que foram concebidas foram, na verdade, uma deturpação desse sistema.
A sociedade contemporânea é um reflexo de como o capitalismo tem se
enraizado na natureza humana, tornando o homem cada vez mais materialista. O dualismo
monetário presente na concepção de que dinheiro resulta em malefícios para a
humanidade, mas que também provém uma felicidade material, faz com que o homem
permaneça nesse sistema. Um exemplo dessa dualidade está presente na música Money
da banda Pink Floyd. Apresentando sons que remetem à caixa registradora e
moedas caindo, a música mostra como o homem vive uma relação de busca constante
de dinheiro, tornando a vida cada vez mais difícil, como mostrado no trecho da
canção:
“Money, it’s a crime
Share it fairly
But don’t take a slice of my pie
Money, so they say
Is the root of all evil today”
A consciência de uma necessidade de
transformação social que Marx aborda, parece ter desaparecido pouco a pouco,
fazendo com que as pessoas não enxergassem mais o socialismo como uma real
alternativa para todo o caos provindo do sistema econômico atual. Um antigo movimento
coletivo é agora cada vez mais individual e egocêntrico. Citando uma célebre
frase da escritora e filosofa Simone de Beauvoir, “É horrível assistir à agonia
de uma esperança”, a esperança de uma sociedade mais justa e igualitária tem
desaparecido na conjuntura atual e isso deveria se alterar de alguma forma. O
conformismo e a alienação resultante da mídia capitalista deveriam ser as
primeiras coisas que o operariado atual deveria se desvencilhar. Libertando-se
desse ciclo de infinitudes de miséria e ambição, faria o trabalhador despertar
desse sonho repleto de níquel e outros metais que mais parece infinito. Como
disse Marx no Manifesto, é preciso da
união dos trabalhadores para que a revolução dê certo, apesar de tudo, o sonho
não pode acabar. Avante!
Lara Costa Andrade -1º ano Direito (Diurno)
Introdução à Sociologia – Aula 8
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