Nasce, em meio ao “fervilhamento
social” da “Primavera dos Povos”, em 1830/1848, uma ciência que almeja
compreender a sociedade do jeito que ela é: o Positivismo ou Física social, de
Augusto Comte. Com o principal objetivo de compreensão e intervenção social,
essa nova ciência, da qual Descartes e Bacon foram precursores, visa mecanismos
para conter os ânimos sociais da época, afim de estabelecer o equilíbrio, a
normalidade e a coesão.
Assim, com um viés extremamente pragmático,
o Positivismo discute que cada elemento tem uma função na sociedade, e quando alguém
deixa de exercê-la ocorre uma convulsão, um verdadeiro caos.
Porém conforme discutido, por
Rubem Alves em “Sobre Moluscos, Conchas e Belezas”, pode-se notar que a
natureza e a sociedade não são essencialmente pragmáticas, mas sim verdadeiras
artistas. Isso demonstra que muitas de suas obras são dignas de observação, são
belas e “alimentam a alma”, não exercendo nenhuma função social.
Vale ainda ressaltar que na obra
Memorias Póstumas de Brás Cubas, quando Brás no fim do livro conclui que foi a óbito
com um “saldo positivo” com a vida: por não ter filhos, não transmitiu a ninguém
o legado da miséria humana, o autor adota um viés positivista, uma vez que
espera que a vida tenha um saldo, tenha uma função.
Porém, a vida, diferentemente do
Positivismo de Brás não tem que ter um saldo calculado, uma função a ser
atingida. Mas sim, não medi-la, não criar categorias para avalia-la. Deve-se,
segundo discutido por Rubem Alves, aproveitar todas as experiências, boas ou
más, pois essas, contribuem para a formação da essência de cada um.
Heloísa C. Leonel
1º ano Direito Diurno
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