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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sobre Moluscos, Conchas e Beleza

Nasce, em meio ao “fervilhamento social” da “Primavera dos Povos”, em 1830/1848, uma ciência que almeja compreender a sociedade do jeito que ela é: o Positivismo ou Física social, de Augusto Comte. Com o principal objetivo de compreensão e intervenção social, essa nova ciência, da qual Descartes e Bacon foram precursores, visa mecanismos para conter os ânimos sociais da época, afim de estabelecer o equilíbrio, a normalidade e a coesão. 

Assim, com um viés extremamente pragmático, o Positivismo discute que cada elemento tem uma função na sociedade, e quando alguém deixa de exercê-la ocorre uma convulsão, um verdadeiro caos. 

Porém conforme discutido, por Rubem Alves em “Sobre Moluscos, Conchas e Belezas”, pode-se notar que a natureza e a sociedade não são essencialmente pragmáticas, mas sim verdadeiras artistas. Isso demonstra que muitas de suas obras são dignas de observação, são belas e “alimentam a alma”, não exercendo nenhuma função social. 

Vale ainda ressaltar que na obra Memorias Póstumas de Brás Cubas, quando Brás no fim do livro conclui que foi a óbito com um “saldo positivo” com a vida: por não ter filhos, não transmitiu a ninguém o legado da miséria humana, o autor adota um viés positivista, uma vez que espera que a vida tenha um saldo, tenha uma função.

Porém, a vida, diferentemente do Positivismo de Brás não tem que ter um saldo calculado, uma função a ser atingida. Mas sim, não medi-la, não criar categorias para avalia-la. Deve-se, segundo discutido por Rubem Alves, aproveitar todas as experiências, boas ou más, pois essas, contribuem para a formação da essência de cada um.




Heloísa C. Leonel
1º ano Direito Diurno

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