Há de se saber que as
provocações para os famosos “rolezinhos” em shoppings centers foram: a
separação social entre os ricos e pobres, a ineficiência do Estado em promover
integração entre as classes, descontentamento das classes oprimidas e uma busca
de lazer por aqueles discriminados. Fazendo uma análise levando em conta o
positivismo, para Comte, o funcionamento da sociedade deveria obedecer a
diretrizes predeterminadas para promover o bem-estar do maior número possível
de indivíduos. Dessa forma, pode ser verificada a ineficiência do Estado, o que
gera um descontentamento e, consequentemente, manifestações como essas.
Um juiz de direito,
em uma liminar sobre o movimento, mostra que existe uma
controvérsia entre garantias baseando-se em dois artigos na constituição, pois o
“rolezinho” seria uma forma de manifestação para uns e para outros ele seria um
desacato à segurança pública. Ele, então, deferiu uma liminar determinando que
o movimento seja abstendo de se manifestar nos limites da propriedade do
shopping, alegando que a livre manifestação deve ser feita com limites, já que
esse tipo de manifestação sem limites interromperia a locomoção e a vida
pública dos demais. Considerando ainda que os shoppings centers são espaços
privados que tem como objetivo a comercialização, ou seja, manifestações como
essa interromperia o principal objetivo do estabelecimento.
Pode-se
verificar, então, uma atitude preconceituosa e elitizada do juiz, pois “rolês”
significam “dar uma volta”, o que poderia ser feito em vários lugares,
inclusive em shoppings, já que é um espaço aberto para todos. Para que, então,
essa paralisação da mídia por ser em shoppings, enquanto que em praças e
lugares abertos isso não ocorre? Talvez porque seja um lugar de pessoas
elitizadas que não querem ser interrompidas em suas compras por outras pessoas
atrapalhando sua passagem e, principalmente, por pessoas mal vestidas e com
comportamentos não elitizados. O juiz, porém, ignorou o fato de isso ser uma
situação corriqueira sem importância alguma para a vida urbana e jurídica. Para
se tomar uma atitude como essa é necessário acabar, primeiramente, com a
discriminação, pois a proibição para a entrada nos shoppings centers é feita
segundo estereótipos, ou seja, baderneiros são, principalmente, os negros e mal
vestidos. Então, para ter uma atitude como a do juiz e da mídia é
importante assegurar, inicialmente, a segurança pública sem discriminações nas ações. Por isso, o Estado
precisa funcionar positivamente para depois serem tomadas
atitudes como essa do juiz, já que ela é insuficiente para a mudança
de uma sociedade.
Natalia Caetano - 1ºano noturno
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