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sábado, 23 de março de 2013

A necessária renovação de nosso paradigma de percepção


Baseado no livro de Fritjof Capra, o filme "O Ponto de Mutação nos apresenta um largo leque de assuntos discutidos, como a evolução do pensamento humano - passando por Descartes e chegando aos nossos dias – da ciência – que nos exemplifica realidades invisíveis para nossos olhos e, no entanto, existentes – e da interconexão de tudo em nossa vida.
A partir de três pontos de vista, o de um político, de um poeta e de uma cientista, temos, no desenrolar da história, uma enorme discussão sobre como a humanidade se desenvolveu, como interpretamos a vida e os caminhos utilizados para tal.
No que tange os atuais métodos utilizados por muitos pesquisadores, cientistas, políticos, etc., podemos interpretar da história que estes estão presos a mecanismos sistematizados e, portanto, inaptos de inovações. Sonia Hoffman, a cientista, exemplifica essa sistematização dizendo que a natureza é enxergada como um relógio, isto é, que pode ser entendida através da análise de suas partes - como dizia Descartes - e não de seu todo.
A necessidade de novos paradigmas sobre o entendimento da vida se deu segundo Hoffman, pela exagerada utilização do pensamento cartesiano, de que, a fim de se entender o todo, deve-se analisar suas partes. Tal método, no entanto, não nos permite enxergar a enorme rede de conexões que existe na vida. Um excelente exemplo utilizado pela cientista foi o da superpopulação. Não se deve analisar esse fato através de um único fator, deve-se estudar diversos âmbitos, como os econômicos, sociais, ambientais, etc. e, assim, conectar seus dados adquiridos para poder entender o fato pesquisado.
No decorrer do filmes, temos uma bela discussão da formação da matéria. A magnificência da ciência moderna provou que um átomo, diferentemente do que dizia Dalton, é composto por partículas ainda menores, tão menores que os cientistas acreditaram ser o átomo composto de um grande “espaço vazio”. Para termos uma noção métrica, o filme metaforiza as medidas através de uma laranja. Aumentando uma laranja para o tamanho da Terra, seus átomos seriam cerejas, que, aumentadas até o tamanho de uma ilha, seu núcleo seria uma pequena pedra de alguns centímetros, seus elétrons, grãos de areia.
Ao utilizar como exemplo a descoberta das partículas formadoras de um átomo, Sonia Hoffman provou que foi preciso um novo paradigma na física atômica. As leis newtonianas provavam o que se visualizava, apenas. Quando esses novos conceitos, não mais visíveis, foram descobertos, os físicos foram obrigados a criarem uma nova percepção, e é exatamente essa o tema básico da história. Precisamos de uma nova percepção para a vida. A que usamos já está ultrapassada e, portanto, é responsável pela não obtenção de novos conhecimentos.

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