O livro “Para
a crítica da filosofia do direito de Hegel”,publicado em 1843 é considerado um
divisor de águas na transição para a fase mais viril de Marx, no qual irá sustentar e orientar a produção de seu
pensamento.
Marx parte da filosofia
sustentada por Hegel, principal expoente da filosofia alemã moderna, que
compreende o Direito como o”Império da Liberdade”. Em contraposição a Hegel,
Marx associa as relações jurídicas à compreensão das condições materiais reais,
portanto, parte da análise da vida material concreta e não do “mundo das
ideias, tal como Hegel principiava. Nesse sentido, Marx vai além, e sustenta
que a filosofia alemã de até então, se alicerçava na mesma lógica que a religião, ou seja, no plano abstrato,
metafísico, interiorizando aquilo que deveria ser a realidade, e não naquilo
que ela realmente era, daí a critica a não Revolução Burguesa operada na
Alemanha, diferentemente do que ocorrera na Inglaterra e França, fazendo com
que aquela mantivesse “atrasada” em seu desenvolvimento econômico.
A síntese do
pensamento de Marx encontra máxima na metáfora que “religião é o ópio do povo”. Assim,
para ele, a religião legitima a subordinação dos dominados, alienando-lhes. O
ápice dessa crítica encontra-se na ideia que Marx tem ao defender a abolição da religião para a concretização real da busca pela
felicidade dos homens. Nesse sentido, Marx postula uma visão otimista da
capacidade de autonomia humana. Acredita ainda, no poder do homem como autor de
sua própria história, livre de influências dogmáticas e abstratas, seja da
filosofia ou da religião, ambas facilitadoras da dominação das classes
dominantes.
Nesse diapasão, é pertinente o debate de qual ou quais são os reais dominadores que fazem com que a vida humana ainda se encontre envolta por falsas ilusões. Quais seriam as ideologias que dominam hoje a vida humana, e faz com que a busca pela felicidade seja algo sempre atrelado conquista de algo? Enfim, qual seria o diagnóstico de Marx para atualidade? É pertinente salientar o importante papel que a mídia tem sobre a população. Seria ela o ópio do povo?.
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