A escritora nigeriana Chimamanda Adichie, em sua palestra
denominada “O perigo da história única”, expressa o perigo de se construir um “padrão”, uma só história, em nossas pesquisas, simplificando, através dessa
unicidade, a complexidade e a riqueza do
mundo pesquisado. Análoga e
metaforicamente, pode-se construir uma semelhança entre as ideias da escritora e das ideias
weberianas.
Vivemos sob a égide
da “rotulação social”, em que se destacam modelos absolutos, dogmáticos e constantes juízos de valores. Diante da perspectiva de Max Weber, tal padronização
não pode ser único caminho para
chegar-se a teorias e à realidade, afinal novas teorias podem surgir,
refutando, portando, as antigas.
Max Weber, considerado um dos fundadores da sociologia
moderna, evidenciava que o objetivo da ciência social era compreender o sentido
da ação social. Ademais, por ser tal ação uma incógnita, não se deve analisá-la somente a partir de valores de classes, de julgamentos, ou por meio de modelos
dogmáticos. Como exemplo disto, podemos destacar algumas características da padronização,
feita por muitos, do proletariado: alienado, obtém estranhamento a seu trabalho, dominado,
ator da revolução(...). Tal visão baseada apenas no aspecto classicista e
econômico, para Weber, não pode ser entendida como absoluta, deve ser
apenas o ponto de partida para a análise, afinal não se pode perder as riquezas
dos detalhes, cada indivíduo é movido por diferentes valores e são esses
valores que impulsionam o sentido da ação social.
O sociólogo,
portanto, distancia o estabelecimento das ciências nomológicas e da formação de
“moldes” para a busca da realidade. Nota-se, portanto, a evidencia do perigo do modelo único na
ideologia sociológica weberiana.
Daniela Nogueira Corbi - noturno
Daniela Nogueira Corbi - noturno
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