De acordo com Comte o
conhecimento humano passa por três fases, sendo que as duas primeiras se
baseiam na busca das causas iniciais e finais de tudo, e atribuem a responsabilidade
dessas causas a seres abstratos. Já na terceira fase, no apogeu do conhecimento
humano, essa característica da busca pela causa é substituída pela busca da
explicação dos fenômenos, determinando leis que os regem. Essa terceira fase é
chamada de positivista, sendo um método baseado no experimentalismo sistemático
para atingir o conhecimento real, contrária ao abstracionismo teológico e
metafísico da primeira e segunda fase (mesmo sendo elas necessárias para o
amadurecimento do conhecimento humano).
Em um contexto da corrente de pensamento liberalista,
Comte acredita na divisão da sociedade em dirigentes e dirigidos, cada homem
compreendendo seu lugar social, em que eles devem ter uma relação solidária
para assim gerar uma harmonia social. Ele divide estruturalmente a regulamentação da sociedade entre
a estática social, que são as condições necessárias para a manutenção da ordem,
e a dinâmica social, que é o permanente evoluir da sociedade, sendo que a existência da estática e da dinâmica são dependentes entre si.
Apesar da importância dada à teoria de Comte, evidenciada
na bandeira brasileira com os dizeres de “ordem e progresso”, seu
conservadorismo não encontra espaço na sociedade atual, em que os limites da
ordem social são constantemente desafiados e ameaçados, mesmo que a
consequência seja a desordem para só então restabelecer uma nova ordem e
assim sucessivamente.
Micaela Amorim Ferreira - Direito diurno
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