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sábado, 13 de abril de 2013

Física social e o conservadorismo de Comte


           De acordo com Comte o conhecimento humano passa por três fases, sendo que as duas primeiras se baseiam na busca das causas iniciais e finais de tudo, e atribuem a responsabilidade dessas causas a seres abstratos. Já na terceira fase, no apogeu do conhecimento humano, essa característica da busca pela causa é substituída pela busca da explicação dos fenômenos, determinando leis que os regem. Essa terceira fase é chamada de positivista, sendo um método baseado no experimentalismo sistemático para atingir o conhecimento real, contrária ao abstracionismo teológico e metafísico da primeira e segunda fase (mesmo sendo elas necessárias para o amadurecimento do conhecimento humano).
            Em um contexto da corrente de pensamento liberalista, Comte acredita na divisão da sociedade em dirigentes e dirigidos, cada homem compreendendo seu lugar social, em que eles devem ter uma relação solidária para assim gerar uma harmonia social. Ele divide estruturalmente a regulamentação da sociedade entre a estática social, que são as condições necessárias para a manutenção da ordem, e a dinâmica social, que é o permanente evoluir da sociedade, sendo que a existência da estática e da dinâmica são dependentes entre si.
            Apesar da importância dada à teoria de Comte, evidenciada na bandeira brasileira com os dizeres de “ordem e progresso”, seu conservadorismo não encontra espaço na sociedade atual, em que os limites da ordem social são constantemente desafiados e ameaçados, mesmo que a consequência seja a desordem para só então restabelecer uma nova ordem e assim sucessivamente.

Micaela Amorim Ferreira - Direito diurno

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