Durkheim, apesar de sua teoria sociológica ser do século
XIX, ela continua válida até os dias atuais. Ele afirma que as maneiras de
agir, pensar e sentir dos homens são exteriores à sua existência, elas existem na
sociedade de forma coletiva, independentes das suas variações individuais, e
possuem caráter coercitivo, sendo impostas pelo meio a cada um de nós, essa é a
definição de fato social. Determinadas pela sociedade, através de leis do
direito positivadas ou leis morais e comportamentais não escritas, esses fatos exercem
pressões em cada um, direcionando suas vontades, pensamentos, decisões e
sentimentos. Essas formas de pensamento são anteriores a existência do
indivíduo e continuarão existindo após, elas são transmissões de práticas e
crenças através de gerações, sendo impostas desde a infância nas escolas, e
presentes continuamente durante toda a vida do homem.
Vivemos
em uma ilusão em que acreditamos ser autores dos pensamentos que , na verdade,
nos são impostos pelo exterior. Somos vítimas das vias de comunicação que, por
exemplo, ditam as regras da moda, do comportamento religioso, político,
econômico ou mesmo diário, e mesmo não sendo obrigados a seguir tais ditames, é
impossível não fazê-los, caso contrário sofreríamos reações das leis ou da
consciência pública.
Com
essa contestação da autonomia individual, a teoria de Durkheim se intensifica
com o passar dos séculos. Estamos em um estado de acomodação, em que apenas absorvemos
o que nos é exterior, sem raciocinar ou julgar de acordo com nossos valores. O maior
exemplo é a televisão que “pensa” para todos os indivíduos, os informando como
devem se vestir, como deve visualizar tal acontecimento ou que postura tomar
frente a determinadas decisões. Assim, temos uma falsa impressão de
individualidade quando na verdade fazemos parte de uma padronização coletiva.
Micaela Amorim Ferreira - Direito diurno
Micaela Amorim Ferreira - Direito diurno
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