Já que para Comte o Positivismo conclui a “revolução” iniciada por Descartes e Bacon, então nesse mesmo sentido, o Positivismo deveria acabar com o que ele conceituou como “anarquia intelectual” a partir de uma reforma das mentalidades.
Esse “anarquismo intelectual” decorre da existência de diversas filosofias, bem como da (cada vez maior) especialização científica, cuja consequência é uma formação parcial dos homens, sendo que, na visão positivista de Comte, a educação deve ser universalizada, em uma perspectiva de conjunto das ciências.
Assim, para o estabelecimento do espírito positivista na visão de Comte, o proletariado estaria mais apto a desenvolvê-lo por:
- estar distante do ensino metafísico (no qual predominam as classes superiores)
- ter contato direto com a natureza e a proximidade do trabalho e seu resultado
Além disso, podemos ver na obra do autor uma crítica à religião cristã, pois a visão desta prima pela individualidade, afastando a idéia do desenvolvimento social e do bem público do positivismo. Em outro aspecto também, a religião carrega consigo a idéia de felicidade eterna, enquanto que o positivismo nos traz a idéia de felicidade terrena.
Desse modo, uma sociedade que possui as condições de estabelecimento do espírito positivo é aquela que, por se valer de suas experiências práticas do cotidiano social moderno e por se livrar de alguns preceitos (individualistas) religiosos, desenvolvem uma moral essencialmente humana, cuja finalidade estimula o desenvolvimento humano.
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