Max Weber, sociólogo alemão, abordou muitos conceitos, desde a definição de Estado Moderno que utilizamos hoje, formas de poder, além do principal a ser abordado aqui, a legitimidade. Weber destaca que o Estado possui o monopólio legitimo do uso da força. Essa legitimidade é conferida, principalmente, por meio da Constituição, na qual o povo, de certa forma, aceita ser dominado ou ceder essa legitimidade.
No livro Racismo Estrutural, de Silvio Almeida, mais especificamente no tocante ao capítulo Racismo e Ideologia, o autor aborda como a ideologia age de forma a normalizar o racismo estrutural na sociedade. Mas pensando por uma vertente weberiana, o que confere a essa ideologia ou o que confere ao racismo legitimidade?
Antes de proceder, é preciso entender que legitimidade não possui relação com o que é justo ou certo, mas com a aceitação, poder só é exercido quando se aceita, quando se legitima o poder, se a dominação não é legitimada, não existe, uma pessoa só pode ser dominada quando ela torna legitima a dominação, sendo ela coagida a isso (seja pela força) ou não. Isso nos leva a seguinte questão, o racismo em nossa sociedade é legitimado. A partir do momento em que se torna “natural” os negros ocuparem apenas certos papeis no mundo, a sociedade está reforçando a legitimidade do racismo.
Nós, enquanto sociedade, falhamos a partir do momento que conferimos que essa estrutura social é minimamente normal, pois assim legitimamos sua existência. Entretanto, não basta deixar de ver como normal para que se retire sua legitimidade, é preciso de fato mudar essa visão, mudar essa ideologia e consequentemente, caminhar para mudar realmente a estrutura social.
Ulisses de Alencar Merli Matutino
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