Segundo o
autor Silvio Almeida: “O racismo é uma forma sistemática de discriminação que
tem a raça como fundamento, e que se manifesta por meio de práticas conscientes
ou inconscientes que culminam em desvantagens ou privilégios para indivíduos, a
depender do grupo racial ao qual pertençam.” Fato é que racismo e poder são
conceitos diretamente ligados, uma vez que tudo o que circula esse fenômeno é
relacionado de alguma forma com imposição e submissão, conceitos que se
ramificam de uma relação de poder.
A existência do
poder garante, naturalmente, a existência de um grupo dominador e um dominado,
independente se esse poder é exercido de maneira democrática e no geral não
autoritária. A questão é que historicamente, o poder foi essencialmente conquistado
e tornado exclusivo de pessoas brancas, deixando as demais raças em uma
situação de invisibilidade e incapacidade de ascensão política e social. O fato
de essa dominação ser histórica, enraizou um preconceito contra as populações
não-brancas que tornou o combate contra essa conduta muito mais difícil.
Como o sociólogo
Max Webber afirma, deter um poder confere autoridade ao agente de também impor
e exprimir sua vontade a sociedade, e é nesse contexto que entra o racismo
contemporâneo; analisando de um ponto de vista weberiano, os valores que
motivam essa ação social ainda tão recorrente no presente, é não apenas o preconceito
enraizado na sociedade que rebaixa a figura não-branca, mas também o temor de
que o crescimento de movimentos que lutam contra a submissão aos brancos possa
abalar a imposição do poder hegemônico dessa classe racial historicamente já
favorecida. Portanto, nota-se que esse problema é muito mais profundo do que
aparenta, é um complexo de ações individuais e coletivas que no fim acabam por oprimir
um segmento significativo da sociedade, o combate contra esse fato é essencial
e ainda está longe de ser um problema já superado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário