Karl Marx (1818-1883) foi um pensador, economista e sociólogo da Alemanha, cuja obra teve um impacto profundo nas ideias sociais e políticas. Em colaboração com Friedrich Engels, ele formulou o socialismo científico, uma teoria que critica o capitalismo ao examinar suas contradições através do materialismo histórico e dialético.
Entre suas principais inovações estão a teoria da luta de classes, a análise da propriedade privada dos meios de produção, e o conceito de mais-valia, que descreve como o capital explora a força de trabalho. Marx previu que o capitalismo, ao provocar tensões internas e crises recorrentes, resultaria na conscientização da classe operária e sua organização para derrubar o sistema via uma revolução proletária, levando a uma sociedade sem classes e sem governo, o comunismo.
A desregulamentação do trabalho e a economia colaborativa são aspectos que se encaixam nesta análise marxista como manifestações modernas da lógica capitalista de acúmulo. A precarização, vista como a diminuição de direitos, a informalidade e a instabilidade no emprego, mostra a urgência do capital em adaptar a força de trabalho com o intuito de diminuir despesas e aumentar lucros. Marx já havia percebido que o capitalismo gera um excedente relativo de mão de obra, que é utilizado para controlar a classe trabalhadora e aumentar a exploração.
A uberização, por sua vez, representa uma
nova forma dessa precarização, na qual o trabalhador opera como um prestador de
serviços autônomo em plataformas online, sem uma relação de emprego tradicional
e sem proteções legais. Esse modelo transfere ao trabalhador os riscos e
despesas da atividade, enquanto o capital obtém mais-valia de maneira aumentada
e sem regulamentação. Dessa forma, a uberização divide a classe trabalhadora,
tornando difícil a sua organização coletiva e intensificando a exploração, configurando
uma adaptação do capitalismo às mudanças tecnológicas e políticas
contemporâneas.
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