Karl Marx foi um estudioso alemão que influenciou fortemente e para sempre a maneira que vemos e entendemos as relações sociais. Ele, junto de Engels, desenvolveu a teoria do materialismo histórico-dialético, em que a história seria movida por conflitos materiais, questões da tal luta de classes, uma disputa incessante daqueles que controlam os meios de produção (burguesia) com os que vivem da venda da sua força de trabalho (proletariado). Ainda, se inspirou muito em sua base teórica em Friedrich Hegel, um filósofo que influenciou profundamente áreas da filosofia, política e história. Entretanto, Marx foi um dos grandes críticos de Hegel.
Um exemplo claro é a visão do Direito para os dois autores. Para Hegel, na modernidade, o Direito é a emancipação plena e o pressuposto de felicidade, pois todos se curvam perante a lei, independente da classe social, e dá forma de como as pessoas podem agir em determinado tempo histórico e o que as pessoas podem ou não fazer dentro da lei, dando um senso de liberdade para o homem de uma maneira que respeite o bem estar comum. Já para Karl, essa visão seria quase que absurda, porque não há como existir a emancipação plena pelo Direito, visto que a classe dominante sempre fica em vantagem em relação à classe dominada, nunca é “independente da classe social”.
Não é preciso ir muito longe para perceber que a análise de Marx é o que realmente acontece na prática. Pessoas pobres quando são pegas utilizando ou portando maconha são tratadas quase que instantaneamente como traficantes, independentemente da quantidade que possuem. Agora, quando ricos são vistos utilizando maconha, ou drogas muito piores, as consequências são ínfimas ou praticamente inexistentes. Mesmo que a quantidade permitida para uso pessoal da maconha tenha mudado, em decorrência da decisão do STF, justamente para tentar amenizar tal realidade discriminatória, é notório como o Direito ainda pode ser usado para manter o privilégio da classe dominante.
Portanto, percebe-se como a luta de classes sempre está acontecendo e que a teoria de Hegel do Direito ser um tipo de emancipador pleno é magnífica no teórico, mas na prática a discriminação social apontada por Marx demonstra como essa ideia é utópica.
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