Atualmente vivemos um período de crises sociopolíticas, econômicas, climáticas e diplomáticas. Como, por exemplo, as decisões do governo Trump e suas repercussões negativas tanto em âmbito estadunidense como internacional, a alta inflação no mercado brasileiro, o aquecimento global - recentemente classificado em fase de ebulição - a guerra contra a Palestina. Todas essas questões levantam ansiedade, angústia, receio e medo sobre o futuro da sociedade, pois acabamos por nos questionarmos se estamos próximo do fim. Outra questão que também aparece é em relação à ordem mundial, se o mundo está fora de uma ou a ordem fora dele.
Há pouco tempo, estive presente em uma mesa de debate promovida pelo movimento Afronte! sobre o tema “Estamos no fim do mundo? Palestina, Trump, Ecossocialismo e Cotas Trans”. A partir desse debate, ponderou-se uma reflexão acerca das cotas trans e quão necessárias são, pois ao analisarmos a sociedade percebemos que são poucas as representatividades trans. Cito aqui a deputada federal Erika Hilton, o vereador de São Paulo Thammy Miranda e a cantora pop Liniker; essas pessoas públicas transformaram tanto o cenário social ao ocupar seus respectivos cargos quanto as vidas de outras pessoas trans mostrando que esses espaços também os pertencem. À luz disso, entende-se como o espaço escolar pode ser e é hostil para crianças e adolescentes trans; ou seja, cotas trans são necessárias para que reduza a exclusão dessa população nas universidades e no mercado de trabalho e, também, mude a ordem do mundo.
Em segundo plano, descrevo essa ordem vigente como sendo classista, racista, misógina, homofóbica, ou seja, privilegiando apenas a elite branca. Ademais, percebe-se uma crise generalizada nessa ordem, que muitos denominam como o fim do mundo, porém podemos interpretar como o fim do sistema capitalista atual. Contudo, isso só é possível atrás de uma esperança ativa, mobilização social para concluir ações concretas e organização política - embasada no ecossocialismo, proposto por André Gorz - filósofo austro-francês - a superação do capitalismo, a produção sustentável, democracia participativa, justiça social e ambiental.
Portanto, entende-se que o medo, a ansiedade, angústia e receio são causados pelo questionamento sobre o mundo fora de ordem e sobre seu fim. Além disso, é necessário tornar as cotas trans em uma realidade concreta em todas as universidades do país, assim, avançando com a mudança da ordem mundial. Desse modo, é imprescindível que ocorra uma mobilização social e política a fim de mudar o cenário de fim do mundo para que seja o fim da ordem vigente.
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