No cotidiano é possível perceber as diversas catracas invisíveis as quais passamos, essas são delimitadores da sociedade, catracas pois permitem uma filtração dos seres e invisível por não existir um objeto de fato, mas são facilitadores na entrada de alguns a certos campos sociais e para outros dificultam. No texto de Grada Kilomba são notadas as diversas catracas invisíveis quem pretos e principalmente mulheres pretas passam, ou melhor, precisam destruir teoricamente esses dificultadores (catracas), pois se trata de um mundo em que as diferentes pessoas e classes ocupam diferentes lugares sociais, em que há um apagamento de tudo o que não é produzido por brancos, uma vez apenas a ciência produzida por brancos é legitima. Segundo o sociólogo Émile Durkheim a sociedade possui uma consciência coletiva, essa é pautada na moral e é capaz produzir coesão social, ou seja, influencia na ação pessoal, uma vez que muitas pessoas não fazem coisas pois no pensamento comum é imoral, portanto é preciso primeiro entender a coletividade antes do indivíduo, pois essa o influencia. Um exemplo seria a segregação em atividades comuns, é possível perceber que há ambientes majoritariamente brancos, como universidades e locais de alto prestígio em geral, justificado pelo privilégio branco pautada em uma consciência coletiva que outras etnias eram incapazes da produção do conhecimento e, assim apagando todo legado cultural de pessoas pretas; até os dias atuais é possível notar a dificuldade de identificação de uma cultura preta em destaque na sociedade.
Pessoas que conseguem acessar lugares diferentes do que a sociedade as impõem são muitas vezes isoladas, tratadas como fora de onde deveriam, pois para uma comunidade pautada na desigualdade social, as classes devem frequentar diferentes locais, utilizar de diferentes serviços, enfim, possuir rotinas completamente distintas; os seres que não aceitam tal realidade são constantemente jogados à margem, a resistência que permite uma mudança, a que traz para o centro; como as cotas raciais, que depois de muita luta e injustiça, pessoas pretas conseguem entrar em universidades, dessa forma elas têm a oportunidade de sair da margem e ir ao centro, superar as catracas invisíveis.
Maria Eduarda Souza Vasconcellos – RA:231220651. 1* ano direito matutino.
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