A conhecida franquia de filmes Planeta dos Macacos ganhou um reboot no ano de 2011, com o filme Planeta dos Macacos: A origem( Rise of the Planet of the Apes). Dirigida por Rupert Wyatt ,a película retrata o chipanzé Ceasar e outros animais da mesma espécie que são utilizados como cobaias pela indústria farmacêutica. No entanto, os macacos explorados adquirem uma inteligência fora do comum e acabam implantando uma revolução em prol das melhorias de vida de sua espécie. A evolução se torna a revolução.
De início, por mais que Planeta dos Macacos seja um filme amplamente ficcional, a revolução trazida pelo seu enredo não foge muito da proposta marxista. Os sociólogos Karl Marx e Friedrich Engels ao descreverem a sociedade capitalista e proporem o socialismo científico e posterior comunismo como respostas para os problemas sociais tinham em seu panorama uma sociedade dividida entre explorados e exploradores, assim como o filme. Porém, não era uma espécie mais desenvolvida que dominava a outra e sim o próprio ser humano. Deste modo, ao analisar o panorama vigente na época, marcada pelo desenvolvimento técnico e revolução industrial, nota-se a divisão em classes sociais humanas, muito diferentes entre si. Surge aqui a burguesia, detentora dos meios de produção e poder político, e o proletariado, vendedores de sua força produtiva em troca de capital e chances mínimas de sobrevivência adequada na esfera capitalista. Com isto, sob o viés marxista, observando as disparidades socioeconômicas que as duas classes citadas tinham, junto com a importância que o proletariado fornecia para a produção capitalista, visto que eram a principal mão de obra, a classe operária adquirida consciência de classe partiria em uma revolução, buscando a tomada dos meios de produção e o poder político, junto com melhores condições de vida para a sua "espécie". É exatamente aqui que nota-se a grande semelhança entre um filme ficcional com macacos desenvolvidos e a sociedade humana capitalista real. A revolução tanto socialista quanto dos chipanzés é a busca pela correção de injustiças e explorações que o sistema capitalista, representado no filme pela indústria farmacêutica e na vida real pela burguesia acha capaz de disseminar e implantar em determinados grupos que não tem as condições materiais dominantes.
Em síntese, nota-se que não é tão absurdo comparar um filme de macacos inteligentes com a vida do operário na sociedade capitalista. Desta maneira, a revolução pode se tornar a evolução, com a melhora vindo para um primata um pouco mais desenvolvido: o ser humano.
João Felipe Schiabel Geraldini. 1 ano. Direito Noturno.
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