Através da linha de pensamento do filosofo Achille Mbembe, onde nos são apresentadas
as ideias de que a expressão de raça não existe em relação a humanidade, ou seja, foi
uma ideia criada por uma visão eurocêntrica que busca defender uma tese de
superioridade do padrão europeu em relação aos povos africanos, buscando assim uma
justificativa para estabelecer e defender os ideais de um certo domínio europeu em
relação ao povo negro.
A partir dessa visão que tinha o objetivo de firmar essa perspectiva racista na sociedade,
e que nos dias atuais já se tornou o padrão de pensamento não apenas no Brasil, mas
como em todo o mundo. O conceito de raça acabou distanciando e criando uma certa
exclusão do povo negro em relação ao que se tornou o modelo ideal na sociedade
contemporânea e que vem sendo implantado na sociedade desde o começo da
escravidão.
A partir dessa linha de pensamento, fica nítido o quão enraizado o racismo está na nossa
rotina, visto que essa normalização de termos preconceituosos, herança do racismo
estrutural. Com isso, o cenário parece ainda pior, justamente por termos o conhecimento
da existência do racismo, mas ao mesmo tempo a discriminação racial ainda se mostra
predominante, pois a manutenção dos privilégios brancos ainda tem muita força. Daí em
diante, segundo o Filósofo Silvio Almeida, um dos sintomas dessa manutenção do
privilégio branco em combinação com o racismo velado, é a questão preferencial entre
pretos e brancos, que nada mais é do que a preferência pelos brancos em questões
cotidianas, por exemplo numa entrevista de emprego, onde o empregador opta pelo
candidato branco, decisão essa tomada por simples arbitrariedade e normalização de
padrões.
Por consequência, o Prof. Dr. Jonas Rafael dos Santos nos apresenta como essa
padronização de valores preconceituosos se materializam na sociedade, com a
gentrificação e o isolamento da população pobre que é negra em sua maioria, nas
favelas e regiões periféricas, fazendo assim com que todas as partes do sistema
contribuam para que os negros continuem sendo excluídos, prejudicados na sociedade.
Portanto Mbembe propõe que essa parte da população que vem sendo prejudicada
historicamente, deve começar a ser escutada, pois só as pessoas que realmente
enfrentam todas essas questões racistas dia após dia são capazes de apresentar a forma
correta de lidar com esses problemas arbitrários da humanidade. Logo, questões como a
representatividade e o lugar de fala, que vem sendo cada vez mais debatidos, mostram o
quão essenciais eles são para a superação dessa visão racista que ainda é dominante na
sociedade.
Vinícius Barboza Felix dos Santos- 2° Semestre - Matutino
Nenhum comentário:
Postar um comentário