De
acordo com a empresa de pesquisa GlobalWebIndex a população mundial em 2019 passava,
em média, 143 minutos por dia em redes sociais. Um dos motivos de passarmos uma
cota tão grande do nosso cotidiano na internet é explicada desde o início do
século XX pelo sociólogo Émile Durkheim.
Segundo
ele, e observando as redes sociais como uma instituição, elas se utilizam do
sentimento de pertencimento como uma ferramenta de coerção para manter o indivíduo
sob um conjunto de regras moralizantes que nela é estabelecida. Mantendo dessa
maneira uma consciência coletiva e moldando a forma de pensar, sentir e agir que
são absorvidas pelo usuário no processo de uso da ferramenta. Essa consciência
coletiva que somos expostos ao utilizarmos as redes sociais é superior e externa
ao indivíduo, ou seja, não é necessariamente consentida e sentida pelo indivíduo.
Além
disso, como uma instituição social, a sua não utilização por algum indivíduo gera
ações punitivas ao mesmo. A síndrome de FOMO (fear of missing out) é um
exemplo disso. Nessa condição a pessoa que está fora do uso de tecnologias,
como as redes sociais, desenvolve uma patologia onde tem o constante sentimento
de estar perdendo algo e de uma exclusão social. Esse medo pode ser muitas
vezes real, visto que é por meio dessa tecnologia que mantemos contato ao longo
do dia com pessoas e informações.
Diante
dessa conjuntura Durkheim afirma que para perceber a influência da rede social como
um fator social em nossas vidas é necessário a observância da mesma com uma visão
exterior a ela. Somente assim seremos aptos a perceber o poder impositivo e
coercitivo da instituição das redes sociais.
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