Total de visualizações de página (desde out/2009)

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A instituição tecnológica

De acordo com a empresa de pesquisa GlobalWebIndex a população mundial em 2019 passava, em média, 143 minutos por dia em redes sociais. Um dos motivos de passarmos uma cota tão grande do nosso cotidiano na internet é explicada desde o início do século XX pelo sociólogo Émile Durkheim.

Segundo ele, e observando as redes sociais como uma instituição, elas se utilizam do sentimento de pertencimento como uma ferramenta de coerção para manter o indivíduo sob um conjunto de regras moralizantes que nela é estabelecida. Mantendo dessa maneira uma consciência coletiva e moldando a forma de pensar, sentir e agir que são absorvidas pelo usuário no processo de uso da ferramenta. Essa consciência coletiva que somos expostos ao utilizarmos as redes sociais é superior e externa ao indivíduo, ou seja, não é necessariamente consentida e sentida pelo indivíduo.

Além disso, como uma instituição social, a sua não utilização por algum indivíduo gera ações punitivas ao mesmo. A síndrome de FOMO (fear of missing out) é um exemplo disso. Nessa condição a pessoa que está fora do uso de tecnologias, como as redes sociais, desenvolve uma patologia onde tem o constante sentimento de estar perdendo algo e de uma exclusão social. Esse medo pode ser muitas vezes real, visto que é por meio dessa tecnologia que mantemos contato ao longo do dia com pessoas e informações.

Diante dessa conjuntura Durkheim afirma que para perceber a influência da rede social como um fator social em nossas vidas é necessário a observância da mesma com uma visão exterior a ela. Somente assim seremos aptos a perceber o poder impositivo e coercitivo da instituição das redes sociais.

Paola Santos de Lima
Direito - Noturno
1°Período - UNESP

Nenhum comentário:

Postar um comentário