Ao final do século XVIII, os anos de
opressão política do Antigo Regime pareciam finalmente começar a ser superados
pela Revolução Francesa. Entretanto, apesar de finalmente quebrar a dominância
da nobreza, a rebelião acabou culminando no “período do terror” de Robespierre.
Mais tarde, Napoleão reestabeleceu a ordem, mas também tornou-se um déspota,
destruindo a liberdade que proclamava defender. Apenas após décadas de luta,
uma nova e balanceada constituição emergiu, realmente garantindo os direitos da
minoria.
Tal fragmento da história demonstra
empiricamente a Dialética de Georg W. F. Hegel. Para o filósofo alemão, a
humanidade está em um constante, mesmo que não linear, processo de progresso
movido por contradições que determinam inícios e colapsos, indo de um extremo
ao outro, tentando compensar por erros anteriores. Assim, Hegel indica que os
momentos sombrios não são o fim, mas sim uma desafiante e, de algum modo, até
necessária parte de um confronto entre tese e antítese, que vai, eventualmente,
achar um ponto mais sensato de síntese.
Destarte, percebe-se que Hegel possuía uma
perspectiva idealista sobre os mecanismos do mundo. A mente, segundo ele,
consistia na única realidade e a ideia (tese e antítese) era o principal fator
que transformava as relações de produção. Reconhecendo a contribuição de
afastar a observação histórica da metafísica, Marx e Friedrich Engels também
assumem uma perspectiva dialética em suas análises, questionando fortemente, porém,
a ideologia de Hegel.
Opondo-se a visão hegeliana a partir de um viés
materialista, as mentes fundadoras do chamado “socialismo científico” defendiam
que o concreto era o resultado da abstração e, consequentemente, as relações de
produção, não as ideias, eram o centro de qualquer coletividade. Assim, o
conflito da dialética material manifesta-se nas engrenagens do sistema
produtivo: o opressor e o oprimido, o burguês e o operário. A história, então,
seria o produto da constante luta entre classes, que, inserida em um contexto
capitalista extremamente volátil, foi aprofundada com a criação de novas formas
de luta.
A partir da filosofia idealista ou
materialista, apenas é possível perceber, de fato, que a trajetória humana
possui seu combustível na oposição de princípios. É o conflito entre valores antagônicos
e a vontade de cada grupo de estabelecer sua soberania que cria os avanços da
humanidade como um todo. Conclui-se, portanto, que o ciclo histórico geral é
semelhante ao de um pêndulo, alternando-se entre aqueles que buscam o poder,
sejam eles a tese, a antítese, o proletariado ou o burguês.
Fontes- "Why Hegel knew there would be days like this"- https://www.youtube.com/watch?v=q54VyCpXDH8
João Manuel Pereira Eça Neves Da Fontoura- Turma XXXV Noturno
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