O filme “Vida de Inseto”, produzido em 1998, é mais didático
do que se imagina. Essa obra exemplifica o “Funcionalismo”, conceito defendido
por Émile Durkheim, pois há interdependência entre as formigas, haja vista que
elas vivem em uma relação ecológica harmônica: sociedade. Entre os seres
humanos, uma das características desse conceito é o aumento da complexidade social,
abrangendo, por exemplo, a aplicação de normas de coerção formais. Entretanto,
ao se analisar o número de defensores de punições violentas, devemos repensar
sobre a nossa condição de “sociedade evoluída”.
O “funcionalismo” é uma característica da solidariedade
orgânica, que se refere as sociedades contemporâneas e complexas, como na
divisão do trabalho, em que cada indivíduo possui sua função específica. Sendo
assim, há maior interdependência entre as pessoas, sendo o coletivo, visto por
Durkheim, como um grande organismo vivo em que todos se ajudam para a garantia
da ordem social. Já na solidariedade mecânica, que caracteriza as civilizações menos
complexas, a divisão do trabalho é quase inexistente, e por não haver interdependência,
os métodos de coerção são violentos e punitivos.
Logo, devemos refletir, pois, apesar de ser considerada uma sociedade
desenvolvida, há muitos indivíduos individualistas que ainda acreditam nos
métodos de coerção primitivos. Como aqueles que defendem linchamentos e pena de
morte, enquanto deveriam aderir aos métodos restitutivos, para que aqueles que
cometem crimes possam ser reinseridos no meio social e exercerem suas funções.
Assim, diferentemente das formigas do “Vida de
Inseto”, que se ajudam, nós ainda não estamos totalmente inseridos no
funcionalismo, a julgar pelo fato de que há quem prefira excluir indivíduos do
meio coletivo, ao invés de puni-los adequadamente e depois auxiliarem na sua
reinserção.
Beatriz Bernardino Buccioli - Turma XXXV Noturno
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