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sábado, 7 de abril de 2018

A falsa ideia de sociedade evoluída

  O filme “Vida de Inseto”, produzido em 1998, é mais didático do que se imagina. Essa obra exemplifica o “Funcionalismo”, conceito defendido por Émile Durkheim, pois há interdependência entre as formigas, haja vista que elas vivem em uma relação ecológica harmônica: sociedade. Entre os seres humanos, uma das características desse conceito é o aumento da complexidade social, abrangendo, por exemplo, a aplicação de normas de coerção formais. Entretanto, ao se analisar o número de defensores de punições violentas, devemos repensar sobre a nossa condição de “sociedade evoluída”.
  O “funcionalismo” é uma característica da solidariedade orgânica, que se refere as sociedades contemporâneas e complexas, como na divisão do trabalho, em que cada indivíduo possui sua função específica. Sendo assim, há maior interdependência entre as pessoas, sendo o coletivo, visto por Durkheim, como um grande organismo vivo em que todos se ajudam para a garantia da ordem social. Já na solidariedade mecânica, que caracteriza as civilizações menos complexas, a divisão do trabalho é quase inexistente, e por não haver interdependência, os métodos de coerção são violentos e punitivos.
  Logo, devemos refletir, pois, apesar de ser considerada uma sociedade desenvolvida, há muitos indivíduos individualistas que ainda acreditam nos métodos de coerção primitivos. Como aqueles que defendem linchamentos e pena de morte, enquanto deveriam aderir aos métodos restitutivos, para que aqueles que cometem crimes possam ser reinseridos no meio social e exercerem suas funções.
  Assim, diferentemente das formigas do “Vida de Inseto”, que se ajudam, nós ainda não estamos totalmente inseridos no funcionalismo, a julgar pelo fato de que há quem prefira excluir indivíduos do meio coletivo, ao invés de puni-los adequadamente e depois auxiliarem na sua reinserção.
 

Beatriz Bernardino Buccioli - Turma XXXV Noturno

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