"Juízos de valor não deveriam ser extraídos de maneira nenhuma da análise científica, devido ao fato de derivarem, em última instância, de determinados ideais, e de por isso terem origens subjetivas"
O sociólogo Max Weber, autor dessa frase, modificou o pensamento a respeito das ações dos indivíduos, estabelecendo alguns critérios científicos para sua análise; como elas se formam em sua mente, de que forma elas são colocadas em prática e qual o objetivo dessas ações.
Para tanto, Weber afirma que o indivíduo antecede a existência da sociedade, de tal forma que os fins de seus atos provém de uma série de ações pré julgadas e formadas segundo valores intrínsecos aos seres, esses valores são subjetivos, ou seja, não são concretos, se formam a partir de dogmas ou experiências vividas: "Ele pondera e escolhe, entre os valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua cosmovisão pessoal".
Em sequência, o indivíduo exibirá seus valores à sociedade através dessa ação social (que é o comportamento motivado por algo subjetivo). E através de um juízo de valor, produzido interiormente ele demonstrará suas ideologias, seus valores. Afinal, toda ação gera uma não-ação, algo que o indivíduo ponderou não ser cabível para obtenção do objetivo: "A ciência pode proporcionar-lhes a consciência de que toda a ação, e também, de modo natural, conforme com as circunstâncias, a "não-ação" implicam, no que tange às suas consequências, uma tomada de posição a favor de determinados valores, e, deste modo, em regra geral, 'contra outros valores'".
Para atingir esse objetivo desejado, o indivíduo atravessa um momento de dialética entre seus valores e algumas concepções externas à ele, são chamadas por Weber de momento histórico. Aqui, assemelha-se à Karl Marx, que também a afirma uma condução dialética da sociedade. No entanto, Weber acredita que essa dialética é individual e que muitas são os fatores que inferem na tomada de decisão do indivíduo, e não somente a ideologia afirmativa capitalista: "Para uma abordagem científica dos juízos de valor não é suficiente compreender os fins pretendidos e os ideais que estão no seu fundamento, mas também, ensinar a avalia-los criticamente. Esta crítica só pode ter caráter dialético (...) que consisti numa análise lógico formal do material que se apresenta nos juízos de valor e nas ideias historicamente dadas"
Por fim, toda essa interpretação da ação social (através de uma compreensão sociológica), leva o indivíduo a fomentação e idealização de um Tipo Ideal. Que nada mais é do o objeto ideal, é o fim utópico. Pois para se chegar num determinado objetivo, o indivíduo precisou passar por uma análise crítica e racional do desenvolvimento empírico que resultaria na obtenção do objeto, e esse objeto, de certa, é idealizado, uma vez que a única certeza de que o indivíduo dispõe é de seus valores. Portanto, o Tipo Ideal serve como um parâmetro para realização de tal ação social, não significando que seja o objeto real da ação.
Estevan Carlos Magno - Direito Ano 1 Diurno
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