Max
Weber foi um intelectual alemão fundador da Sociologia Compreensiva. Quando
observamos o século XIX, temos na França o Iluminismo, o predomínio da razão e
do universal, levando assim à corrente do Positivismo e do Funcionalismo. Já na
Alemanha, com o Romantismo, a superioridade da emoção e do particular, Weber
surge rompendo com o Positivismo e criando a Sociologia Compreensiva.
A
Ação Social é um conceito criado por Weber e pode ser definido como um
comportamento humano orientado pelas ações de outros, isto é, todo
comportamento cuja origem depende da reação ou da expectativa de reação de
outras partes envolvidas. Ou seja, as relações que travamos é que
dizem o que vamos fazer ou não. Assim, a
realidade seria a relação social (ações sociais de vários indivíduos). A ação social
é classificada em quatro tipos: ação racional com relação a um objetivo, ação
racional com relação a um valor, ação afetiva e ação tradicional. Analisando
esta última em específico, a ação tradicional, que pode ser entendida como
aquela estimulada por hábitos, costumes e crenças, percebemos evidentemente
como ela se aplica na atualidade, quando observamos, por exemplo, o crescimento cada
vez maior da bancada evangélica no Congresso. São muitos os que votam em
candidatos políticos por causa de sua manifestação de fé, provocando assim o
grave erro de misturar religião e política e trazendo como consequência
projetos absurdos como a “cura gay” e o Estatuto da Família. Além da ação social, temos o
conceito de Tipo Ideal, que segundo Weber, é uma ferramenta metodológica para a
análise, sendo algo que é construído como referência a partir do conhecimento científico
disponível, servindo como parâmetro e não existindo na realidade.
Weber
critica a ideia determinista de ciência e o materialismo histórico e traz uma influência
muito importante para a Sociologia que é o combate ao juízo de valor quando o sociólogo analisa uma situação, defendendo a neutralidade da pesquisa social empírica. Na
sociologia weberiana leva-se em conta a ação individual, mesmo quando se analisa
entes coletivos. Para ele a função essencial da sociologia é a compreensão do
sentido da ação social, ação essa que é individual e influencia o coletivo.
Segundo a sociologia compreensiva, é necessário compreender o valor do outro,
isto não condiz em justificar os atos do indivíduo, mas sim compreender o que
está por trás dele, o que o move. Desta forma, podemos relacionar isso com o caso
do ônibus 174, a tragédia ocorrida em 2 de junho
de 2000 onde um homem chamado Sandro sequestra e mantem reféns em um ônibus no
Rio de Janeiro. É preciso compreender a vida do garoto que aos oito anos de
idade presenciou o assassinato de sua mãe, que nunca teve noticias do pai e foi
morar na rua ainda criança, estando presente na chacina da Candelária. Isto não
significa justificar a tragédia que ele provocou, mas entender o que o levou a ter tal atitude e não simplesmente julgá-lo. Como dito na sociologia de Weber: compreender.
Ana
Paula Mittelmann Germer- Direito noturno
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