“Fatos sociais são coisas”, disse o professor do ensino
médio. “Eles são passíveis de observação”, completou. Era basicamente isso que
eu deveria guardar para o tão temido vestibular. Uma matéria como a sociologia
deveria nos ensinar a pensar, não é mesmo? Porém, a ideia de fato social me
parecia muito simples e superficial. Dizer que eles são coisas... essa é uma
definição muito abrangente e que não é suficiente para definir a complexidade
desse objeto de estudo sociológico.
Mas então, o que é um fato social? Para muitos, pode ser a
definição do ensino médio, aquela decorada e sem maiores explicações. Porém,
para Durkheim, são “uma ordem de fatos que apresentam características muito
especiais: consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao
indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos
se impõem a ele. ”
Desse modo, podemos identificar fatos sociais que nos
rodeiam a todo tempo e a todo lugar. Eles independem da nossa vontade. Em uma
visão mais pessimista da sociedade, podemos dizer que estamos presos em meio a
um mar de fatos sociais que nos induzem a nos comportarmos de certas maneiras. A
própria linguagem que falamos é um belo exemplo de um fato social: ela já existia
antes de nosso nascimento e nos foram impostas pela educação, é exterior a nós
e contém um caráter coercitivo, seja por meio espontâneo ou ações legais.
Portanto, o próprio modo que o professor do ensino médio me
ensinou sobre fato social está imerso na realidade dos fatos sociais. Isso só
me faz pensar o quão complexa é nossa sociedade e se o simples fato de tentar
fugir dessas coerções não seria também um fato social...
Lívia Francisquetti Casarini- 1º ano- Direito Matutino
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