Total de visualizações de página (desde out/2009)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Mindwalk/Ponto de mutação e a forma das tribos indígenas de enxergar a natureza humana

 O filme Mindwalk/ Ponto de Mutação introduz uma área do pensamento científico bastante difundida nos dias atuais, mas que ainda perde força em razão da economia capitalista financeira: o pensamento em Sistemas. Essa forma de pensar já existe com grande força na Ecologia no estudo de Biomas, Ecossistemas e os impactos antrópicos nos mesmos, porém o filme traz uma outra possibilidade de aplicação, aplicando-a em todos os quesitos da vida humana para evoluir “com o planeta” ao invés de “no planeta”.
Economicamente falando, seria necessária uma reestruturação gigantesca de infra-estrutura e da economia vigente, contrariando a lógica do capital em movimento. A lógica desse pensamento seria parar a fragmentação do conhecimento iniciada por René Descartes no século XVII e começar a analisar os fenômenos de maneira conjunta para assim conseguir uma forma de resolvê-los sem causar mais problemas ou danos para a sociedade e a natureza. A fragmentação do conhecimento foi útil para realizar um progresso científico após seu advento, mas o fato de o ser humano enxergar tudo como uma máquina que pode ser consertada em pequenas partes faz com que ele esqueça que o próprio progresso científico realiza mudanças na estrutura dessas máquinas, mas que o sistema de produção de conhecimento e economia continua o mesmo por quase 400 anos.
A dominação do capital sobre o conhecimento científico é muito intensa, pois é o que continua bancando esse progresso e é justamente isso que é posto em pauta no filme. Será que o ser humano já não alcançou progresso suficiente, pelo menos a ponto de reestruturar suas sociedades para viver em harmonia com o planeta? Segundo a própria teoria de Darwin, organismos não adaptados ao ambiente em que vivem não conseguem gerar descendentes e perdem suas linhagens e o ser humano adaptou essa teoria para o chamado “Darwinismo social”, teoria na qual grupos humanos indígenas seriam culturalmente inferiores e deveriam ser “civilizados”. Paremos um minuto para pensar: Se na essência da própria teoria de Darwin, esses povos continuam até hoje se sustentando, é porquê estão muito bem adaptados a um modo de vida harmônico com a natureza e, mesmo não possuindo um progresso científico comparado com a das civilizações ocidentais, é capaz de algo que essas sociedades não são: visualizar o homem como parte do mundo natural, não como dono deste e uma sensação de união espiritual que transcende qualquer relação familiar, visto que nessas tribos todos tem sua função a cumprir e ninguém as desrespeita.
Outro ponto importante no pensamento de sistemas é o pensamento acerca dos sistemas penais. Deve-se pesquisar para verificar quantos são os indivíduos pertencentes a tribos indígenas que foram submetidos a penas por desrespeitar a ordem social de sua tribo. Pouquíssimos, porquê a justiça se faz presente no espírito e na educação de tais tribos, de modo que não haja um indivíduo adulto que desconheça sua importância ou a do próximo e que atente contra as liberdades estabelecidas pelo grupo. Como podem civilizações chamadas “primitivas” entenderem mais de justiça que as ocidentais com seus extensos códigos cheios de leis pensadas por inúmeros juristas? Como pode ser que condenemos a prisão pessoas que antes foram vítimas de uma realidade social injusta e cruel que praticantes do crime propriamente dito? Por que não há cadeias entre as tribos indígenas? A resposta é simples: O Direito é e sempre foi usado como maneira de proibir as classes populares de reivindicar condições de vida que lhes foram roubadas por aristocratas desprovidos de amor ao próximo, baseando-se em uma justiça “divina” e que hoje se traduz em “justiça” financeira.
Os povos que chamamos de primitivos vivem com o planeta como se fossem um só organismo e seria tolo qualquer um que pensasse que a sociedade poderia se reverter a esse estado. Pode-se no entanto aprender com eles a maneira de agir e pensar, parar um pouco nosso progresso e fazer uso do que já foi feito para aproximar o que o capital distanciou, a marcha da humanidade não precisa ser acelerada como é, porquê se for, em pouco tempo realmente precisaremos possuir tecnologia para colonizar outros planetas, pois o nosso não mais será habitável...

Nenhum comentário:

Postar um comentário